6 dicas para você enfrentar a crise

A crise não bateu em nossas portas, mas entrou pela janela de forma quase que cinematográfica. Intensa e rápida.

O país está paralisado. A situação ruim, sobretudo no mercado de trabalho, deve perdurar até 2017. Então o que fazer mediante tudo isto?

O Terraço Econômico preparou uma breve lista de medida a serem tomadas, algumas não apenas para o momento de crise, e sim como mudança de hábito.

  1. Qualifique-se

Parece que o mercado de trabalho te deu um tempo, né? Então dê um tempo ao mercado de trabalho também (se possível). Vá atrás de amplificar suas qualificações: seja com cursos técnicos, graduações, mestrados e etc. A crise praticamente te dá um tempo obrigatório para se qualificar mais. Tempo este que você talvez não teria caso estivesse trabalhando.

Quando o trem voltar para os trilhos, haverá um mar de trabalhadores loucos por uma vaga, e você, meu amigo, tem que disparar na frente.

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Naturalmente, a maioria de nós paga contas. Se for preciso, arrume um trabalho que pague suas contas, seja qual for, mas que lhe de tempo para se dedicar a sua nova qualificação.

  1. Coma dentro de casa

Todo mundo sempre gostou da comida da mamãe ou da vovó, certo? Certamente você não tem mais acesso tão fácil a elas (e se tiver, deguste-a o máximo que puder), e mais do que isto, você não tem a habilidade similar a elas.

Pois bem, a crise também pode te incentivar quanto a isto.

Cozinhe em casa. Aprenda novas receitas. Aprenda a cozinhar. Crie esse hábito e, de preferência, chame seus amigos. A crise é um momento de união.

Se este argumento não te tocou, tenho um melhor e mais frio.

A inflação da alimentação fora de casa é muito alta. Você sabe disso intuitivamente, mas vou ter que te provar com números.

Os custos com alimentação sempre cresceram mais do que a inflação total, como você pode ver no gráfico abaixo.

Mas vamos trabalhar numa situação hipotética. Pense em qualquer prato que você consome em casa ou em algum restaurante. Em dezembro de 2000 este prato custava tanto em casa como num restaurante R$ 100. Ai então, passaram-se os anos e os custos dos ingredientes e mão-de-obra foram aumentando.

Quando chegamos a fevereiro de 2016, o mesmo prato produzido em casa custa R$ 339, mas fora custa R$ 391. A questão oculta aqui é que os custos dos serviços nos restaurantes subiram muito mais, porque os custos de aluguel e do trabalhador destes estabelecimentos explodiram nos últimos anos.

[caption id="attachment_6252" align="aligncenter" width="639"]t2 Fonte: IBGE. Elaboração própria.[/caption]

Mas você não precisava desse gráfico, você sabe que comer fora de casa é muito mais caro. É só preguiça mesmo, benefício este que eu o invoco a revogar em período de crise.

  1. Negocie suas dívidas

Meu amigo, minha amiga. A taxa de inadimplência da economia brasileira subiu muito. Tudo que os credores mais querem hoje é pode receber algo. Você tem a faca e o queijo na mão. Procure-os, e negocie suas dívidas. Não caia no cheque especial, os juros são pornográficos. Caso contrário você irá na mesma situação do Brasil, com uma dívida crescendo mais rápido do que sua capacidade de criar receita para saldá-la.

[caption id="attachment_6248" align="aligncenter" width="604"]t3 Fonte: Banco Central. Elaboração própria.[/caption]
  1. Se tiver uma sobra, invista

Seria imprudente da nossa parte sugerir que você vá aventurar-se em renda variável, como ações, por exemplo. O mercado hoje não está para sardinhas, apenas para tubarões. Ou para quem tem muito estômago e conhecimento.

Procure investimentos mais simples, na internet os lugares com melhor benefício, que te traga a rentabilidade que deseja no risco limite que você aceitaria tomar. Nossa inflação hoje é alta, come seu poder de compra. Mas nossa taxa de juros também, podendo te trazer alguns ganhos.

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  1. Frequente mais lugares públicos

O lazer é de suma importância para a sobrevivência da mente humana. Mas em tempos de crise, nem sempre é possível manter as nossas baladinhas ou então nosso Chopp com os amigos. Assim como na dica 2, não é preciso abandonar, e sim reformular.

Aproveite mais a claridade do dia em parques. Passamos muito tempo de nossas vidas enfurnados em escritórios e à frente de computadores. Aproveite essa ausência de recursos para degustar da natureza, ela ainda é grátis em grande medida.

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Além disso, hoje pipocam aqui e acolá diversos eventos gratuitos, sempre divulgados em grandes sites que você pode aproveitar.

  1. Compre uma bicicleta

Bom, esta dica é a melhor. Além de você conseguir aproveitar a dica 5 com muito mais prazer, você ainda pode economizar muito no transporte.

Você não terá mais que se preocupar com o preço absurdo da gasolina, do seguro, dos alugueis, da garagem e das multas que eventualmente tomar (claro que nosso leitor anda de acordo com a lei).

Há também o transporte público, mas esta é uma aventura à parte. As bicicletas poluem menos. E ajudam em sua saúde, fazendo com que você economize também com remédios e até academia.

Claro que você ficará vulnerável às intemperes, mas é o preço da crise (ou da mudança de hábito). E quando você desejar sair com alguém, alugue um carro (ainda assim sai mais barato que ter um) ou pegue um Taxi/Uber.

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Por fim, temos de deixar claro que não há jeito fácil de passar por uma crise de dimensões nacionais. Mas é possível amenizá-la com sabedoria. Abra mão de coisas desnecessárias e crise novos hábitos.

Arthur

Editor Terraço

Arthur Lula Mota

Mestre em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP/ESALQ) e Bacharel em Economia pela Universidade Federal de São Paulo. Já trabalhou no mercado financeiro, auxiliando mesa de operações de fundos institucionais e departamento econômico com análises macroeconômicas.

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