Até onde vai a recessão?

Leonardo Palhuca  

Desde 2013 (mas retroagindo a 2003), o Banco Central do Brasil (Bacen) calcula o índice chamado IBC-Br, que ficou popularmente conhecido como “prévia do PIB”.

Usando dados de frequência mensal de diversos setores da economia, o IBC-Br visa a antecipar o comportamento da economia brasileira, ao ser divulgado com maior frequência e velocidade que os dados oficiais do PIB brasileiro.

Hoje o Bacen divulgou o valor do IBC-Br de Setembro de 2016 e, conforme esperado pelo mercado, o índice não apresentou um número animador. Segundo o indicador, a atividade em setembro cresceu 0,15% – ou seja: estável. E no trimestre, o indicador mostrou que o PIB caiu 0,78%. Se o PIB real seguir a tendência do IBC-Br, ficaremos oficialmente mais um trimestre em recessão, completando 7 trimestres com a atividade econômica dando marcha a ré!

E há boas razões para acreditar que isso vai ocorrer. O gráfico abaixo mostra o IBC-Br dessazonalizado (ou seja, eliminando efeitos cíclicos da economia durante o ano, por exemplo: vendas mais fortes no período de Natal) e o PIB Real mensal. Se a linha azul seguir realmente a trajetória da linha laranja (algo que saberemos em novembro), estará confirmado: o Brasil segue em recessão e só sairemos dela oficialmente no último trimestre de 2016…ou só em 2017. Assustador!

[caption id="attachment_8273" align="aligncenter" width="1621"]Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria. Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria.[/caption]

Leonardo Palhuca

Doutorando em Economia pela Albert-Ludwigs-Universität Freiburg. Interessado em macroeconomia - política monetária e política fiscal - e no buraco negro das instituições. Escreveu para o Terraço Econômico entre 2014 e 2018.
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