Bolsa Família: a evolução do Programa desde 2003

O objetivo deste pequeno artigo não é descrever como funciona o Programa Bolsa Família. Essa tarefa já foi feita com excelência pelo meu colega Leonardo Siqueira, neste artigo aqui.

Deixo aqui dois gráficos da evolução do Programa desde 2003: o número de famílias atendidas pelo Programa assim como as despesas realizadas em sua execução.

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O mais interessante se observa no primeiro gráfico. Notem que desde 2013 o numero de famílias que são beneficiadas pelo auxilio do Governo Federal vem caindo. Até 2015, a queda já é de 2,1%. Isso pode ser resultado de um maior controle do Governo no momento da concessão do benefício social, assim como famílias que simplesmente optam por sair do Programa.

O Bolsa Família é dinâmico, isto é, todos os meses, há famílias que entram e outras que saem do programa.

O Programa possui mecanismos de controle para manter o foco nas famílias que vivem em condição de pobreza e de extrema pobreza. Por isso, periodicamente saem famílias do programa, principalmente porque não atualizaram as informações cadastrais ou porque melhoraram de renda, não se adequando mais ao perfil para receber o benefício.

O descumprimento dos compromissos nas áreas de educação e de saúde também pode levar ao cancelamento do benefício. Mas isso é apenas em último caso, pois o objetivo das condicionalidades é reforçar o acesso das famílias mais pobres a direitos sociais. (Ver mais aqui).

Em relação ao segundo gráfico, notamos que o total gasto vem aumentando ano a ano, apesar da redução do número de famílias. Em 2015, o total gasto por família foi de R$187,05.

O desafio do governo, em um momento de ajuste fiscal, é avaliar quais Programas Sociais merecem continuar no nosso país. O Bolsa Família, pelos dados apresentados, deveria ser o primeiro da lista a não sofrer cortes significativos.

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Arthur Solow

Economista nato da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Parente distante - diz ele - do prêmio Nobel de Economia Robert Solow, que, segundo rumores, utilizava um nome artístico haja vista a complexidade do sobrenome. Pós graduado na FGV em Business Analytics e Big Data, pois, afinal, a verdade encontra-se nos dados. Fez de tudo um pouco: foi analista de crédito e carteiras para FIDCs; depois trabalhou com planejamento estratégico e análise de dados; em seguida uma experiência em assessoria política na ALESP e atualmente é especialista em Educação Financeira em uma fintech. E no meio do caminho ainda arrumou tempo para fundar o Terraço Econômico em 2014 =)
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