Expectativas de Inflação

Economia em Pílula – uma dose rápida de economia no seu dia | por Leonardo Palhuca

Como saber qual a perspectiva para a inflação no Brasil no longo prazo? E com “longo prazo” quero dizer daqui 2, 5, 10 anos. Podemos ir ao site do Banco Central e consultar o Boletim Focus. Mas ai, só para a inflação ao final de 2017, que está em torno de 5,1%.

Então, podemos ver a diferença de rendimento de títulos públicos semelhantes, mas com taxas pré e pós fixadas. Explico: você pode investir sua suada poupança em um título que te pague X% ao ano, estabelecido na hora que você compra o título. Ou você pode comprar um que te pague a Inflação+Y% ao ano, e que será estabelecido após o cálculo do índice de inflação.

Pois bem, se pegarmos dois títulos público de mesma maturidade, mas sendo um com taxa pré-fixada (os de X%) e um com taxa pós-fixada (os de Inflação+Y%) e subtrairmos os seus rendimentos anuais, teremos uma medida de expectativa de inflação para o prazo dos títulos. Assim, se acharmos títulos com maturidades de 10 anos, podemos extrair uma medida de expectativa de inflação para os próximos 10 anos, a inflação implícita.

Foi o que fizemos ao utilizarmos a estrutura a termo calculada pela Anbima para obter a inflação implícita para os próximos anos. O gráfico abaixo mostra o que os agentes esperam (implicitamente) sobre o comportamento do nível de preços no Brasil.

[caption id="attachment_7499" align="aligncenter" width="900"]Fonte: Anbima [1]. Elaboração própria. Fonte: Anbima. Elaboração própria.[/caption]

Pois bem, em 1 ano a partir de hoje, o mercado está esperando inflação de 6,57%. E no longo prazo (2, 5, 10 anos para frente), algo em torno de 5,5% – 5,7% ao ano.

Lembrando que o objetivo do Banco Central é trazer a inflação para a meta de 4,5%, parece que ainda falta um pouco de sangue, suor e lágrimas nos corredores da nossa autoridade monetária.

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Leonardo Palhuca

Doutorando em Economia pela Albert-Ludwigs-Universität Freiburg. Interessado em macroeconomia - política monetária e política fiscal - e no buraco negro das instituições. Escreveu para o Terraço Econômico entre 2014 e 2018.
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