O gigante acordou, foi ao banheiro e voltou a dormir!

Passados dois anos dos protestos que tomaram o país em Junho de 2013, podemos verificar se a principal demanda das ruas – a redução das tarifas e, mais utopicamente, o passe livre –  foi atendidas pelos nossos governantes.

Como qualquer serviço prestado, existe um custo para sua oferta, que será pago ou pelos usuários, ou por todos os contribuintes. A ideia do Movimento Passe Livre era que todos os contribuintes pagassem pelo transporte. Já o desenho atual requer que os usuários do transporte público paguem pelo serviço. Mas o fato é que alguém tem que pagar!

Pois bem, após confrontos e muitas balas de borracha, qual o resultado das manifestações para o preço da tarifa do transporte público? Pegamos o preço do ônibus nas 5 maiores cidades do Brasil de 2010 até 2015 e mostramos no gráfico abaixo o que aconteceu comparando com a inflação do período:

  MPL

Fonte: Prefeituras das cidades e Banco Central do Brasil. Elaboração própria.

Bom, podemos observar que no período das manifestações (área cinza), os políticos preferiram ceder às demandas das ruas e mantiveram a tarifa do transporte público inalterada ou até reduzidas.

Mas a realidade bateu e foi preciso reajustar os preços para fazer frente aos aumentos de salários do setor e ao aumento dos combustíveis. E então as tarifas começaram a subir e foram buscar as perdas em relação à inflação.

Os manifestantes esqueceram de revogar algumas leis econômicas!

  palhuca

Leonardo Palhuca

Doutorando em Economia pela Albert-Ludwigs-Universität Freiburg. Interessado em macroeconomia - política monetária e política fiscal - e no buraco negro das instituições. Escreveu para o Terraço Econômico entre 2014 e 2018.

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