Passado um ano da reeleição: o que aconteceu com a economia brasileira?

Hoje, 26 de outubro de 2015, faz um ano da reeleição de Dilma Rousseff ao posto de presidente do Brasil. Naquela época, durante toda a corrida eleitoral, o país ficou dividido, os ânimos acirrados; acusações de um lado, réplicas do outro. A então candidata do governo acusava que, caso a oposição fosse eleita, esta realizaria uma política econômica recessiva, chegando a caricatura em seu programa eleitoral de banqueiros “retirando o pão” da mesa dos trabalhadores ou ainda a pitoresca frase: “vocês plantam inflação para colher juros!”.

Pois bem, nada como um dia após o outro, e agora a realidade se impôs: e como ficaram as principais variáveis econômicas do país?  O que aconteceu neste 1 ano? Foi o discurso eleitoral diferente das medidas adotadas posteriormente? Foi o pessimismo exacerbado da sociedade? O que explica a situação econômica desoladora hoje e no futuro? Há luz no fim do túnel? Vamos analisar alguns gráficos de outubro 2014 até outubro 2015, os números falam por si só ou, melhor, contra fatos não há argumentos:

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Fonte dos Dados: Boletim Focus, DataFolha, BCB. Elaboração: Terraço Econômico

  • O Boletim Focus (de 24/10/2014) apontava para uma expectativa de crescimento de 1% do PIB em 2015; hoje falamos de uma recessão não menor do que 3%.
  • IPCA estava em 6,30%; hoje estamos quase encostando em 10%.
  • Taxa de Câmbio de R$2,50; hoje estamos na casa dos R$ 4,00.
  • Ibovespa segue uma montanha russa de variações, mas sem expectativa de um aumento consistente no futuro próximo.
  • Taxa de Juros – SELIC esperada para 11,50% a.a.; atualmente estamos em 14,25% e sem previsão de baixa.
  • Índice de aprovação da Presidente chegando a índices mínimos históricos, menor que um digito!
Isso sem contar os indicadores fiscais e das contas públicas. Estamos na iminência, esta semana, do anúncio de déficit orçamentário na casa de R$ 70 bi em 2015, podendo chegar até R$ 90 bi, “nunca na história deste país” isso aconteceu. O desemprego que estava menor que 5% no momento eleitoral passa de 8% ainda com viés de alta. Tantos outros dados podem ser analisados neste período para quantificar a tragédia brasileira, mas uma verdade é única: foi muita desonestidade, inclusive intelectual. Quem perde somos nós, brasileiros. Se consideramos 2015 como um ano para se esquecer, 2016 parece cada vez mais sombrio a cada dia que se aproxima…     assin art       PEDRO (1)      

Arthur Solow

Economista nato da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Parente distante - diz ele - do prêmio Nobel de Economia Robert Solow, que, segundo rumores, utilizava um nome artístico haja vista a complexidade do sobrenome. Pós graduado na FGV em Business Analytics e Big Data, pois, afinal, a verdade encontra-se nos dados. Fez de tudo um pouco: foi analista de crédito e carteiras para FIDCs; depois trabalhou com planejamento estratégico e análise de dados; em seguida uma experiência em assessoria política na ALESP e atualmente é especialista em Educação Financeira em uma fintech. E no meio do caminho ainda arrumou tempo para fundar o Terraço Econômico em 2014 =)

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