Em 1968, para comemorar o seu 300º aniversário, Banco Nacional da Suécia criou o prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, que confere, anualmente, o prêmio de aproximadamente US$ 1 milhão para os vencedores. Popularmente conhecido como Prêmio Nobel de Economia, é o único dos prêmios (6 no total) que não foi criado pelo magnata sueco, mas, apesar disso, seu prestígio é indiscutível, tendo premiado economistas que tiveram grandes contribuições à evolução da ciência econômica.
O primeiro ano de premiação foi 1969 e, desde então, foi agraciado 51 vezes para 84 acadêmicos (podem ser premiados até 3 pesquisadores por edição). Na sua primeira edição, o prêmio ficou com a dupla de economistas europeus Jan Tinbergen (Holanda) e Ragnar Frisch (Noruega), que levaram o mérito pela contribuição na área dos modelos macroeconômicos.
Ao longo dos anos, foram premiadas pesquisas das mais variadas áreas e temas, moldando o modo de pensar e de pesquisar da profissão. Esse impacto ocorre anos antes da premiação (por vezes décadas), com a comunidade acadêmica digerindo e questionando as contribuições, sendo o Nobel a joia da coroa de tal processo.
Na edição mais recente até a abertura deste projeto, de 2019, o prêmio ficou com um trio de economistas: Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer, que levaram o prêmio por seus trabalhos de abordagem experimental para ajudar no combate à pobreza global. Vale notar ainda que Esther Duflo, além de ser a segunda mulher agraciada com o Nobel de Economia, foi a mais nova a ganhar o prêmio na história do Nobel em Economia (46 anos).
Dada a importância do prêmio, estudar a pesquisa dos laureados passou a ser excelente forma de acompanhar a evolução da ciência econômica. Pensando nisso, e aproveitando o crescente interesse que a economia vem despertando na sociedade em geral, apresentamos o projeto Coleção Economistas: Nobel, que estamos lançando agora com muita satisfação aqui no site do Terraço Econômico.
O objetivo principal do projeto é fortalecer a disseminação de conhecimento da nossa tão amada Economia e o meio que encontramos para fazer isso foi através da divulgação das ideias dos premiados a cada ano. Buscamos alcançar um público amplo, que inclui desde estudantes, jornalistas até os próprios economistas, difundindo a importância e despertando o interesse para a pesquisa vencedora e para o premiado.
Para fazer isso, aproveitamos o processo de fortalecimento da comunidade de economistas nas redes sociais, observada nos últimos anos. Professores, estudantes e demais profissionais estão cada vez mais em contato, compartilhando conhecimento. Por isso, convidamos economistas em diferentes estágios da carreira para fazer a colaboração.
Desde promissores estudantes de graduação, passando por talentosos mestrandos e doutorandos, até chegar a profissionais da mais alta qualidade, seja na academia ou fora dela, teremos aqui nesta coluna contribuições das mais diversas, o que enriquece o trabalho e reforça o laço entre economistas do país. Isso é particularmente importante no momento atual, onde precisaremos cada vez mais buscar convergências para que o país implemente reformas e políticas públicas bem desenhadas com o objetivo de finalmente alcançarmos o desenvolvimento que nos permita não ter mais décadas perdidas, mas sim décadas de crescimento econômico, redução da pobreza e desigualdades e melhoria das oportunidades para a população brasileira.
Vamos, portanto, ao que interessa: os textos começarão a ser publicados no dia 21/07, na ordem cronológica, sendo que todas as publicações ocorrerão nas terças e quintas. Haverá algumas surpresas ao longo do caminho e temos certeza de que os leitores irão apreciar. Agradecemos imensamente aos colaboradores, que investiram seu tempo para entregar textos excepcionais, e ao apoio fundamental do Terraço Econômico. Espero que gostem!
Organizadores: Guilherme Tinoco, Caio Augusto, Arthur Lula, Lucas Iten, Gabriel Brasil e Cláudio Lucinda