Bitcoin atingiu a máxima histórica em reais. O que isso significa?

Nesta quarta-feira, dia 21 de outubro de 2020, o Bitcoin atinge sua máxima histórica, chegando a ser negociado por R$73.500,00, e fechando o dia com o valor de R$71.401,24, uma incrível valorização no ano de 145,37%. Neste gráfico abaixo (cuja fonte é a Investing.com na noite do dia 22/10, por volta de 22h43), podemos ver como ainda subiu um pouco mais do que no “fechamento do dia”.

Para se ter uma ideia da magnitude dessa valorização para o mercado financeiro brasileiro basta dizer que o índice IBOVESPA teve uma desvalorização de 13,06% neste mesmo período, enquanto a moeda americana teve uma valorização de 39,48%.

Inclusive, a desvalorização do real frente ao dólar foi um dos grandes componentes dessa máxima histórica do Bitcoin em reais. Se voltarmos à máxima histórica do Bitcoin em dólares, lembramos que a cotação ficou muito próxima de US$20.000 em 17 de dezembro de 2017. Porém, neste mesmo período, um dólar valia apenas R$3,30. Na cotação de hoje do dólar, teríamos um Bitcoin de mais de R$110.000.

Embora tenha atingido a máxima em reais na última semana, o Bitcoin ficou muito longe de atingir a marca recorde na moeda americana (fechou o dia valendo US$12.780,96). No entanto, os fundamentos da criptomoeda já vinham se fortalecendo durante o ano, e seguem robustos indicando que ainda há muita força para buscar a meta dos US$20.000. 

Trazemos aqui uma análise do Binance Research com alguns pontos relevantes.  

  1. Crescimento de investimentos institucionais no mercado de criptomoedas, como MicroStrategy e Square, que decidiram inserir o Bitcoin em fundos de investimentos misto, para sua estratégia de alocação de capital de longo prazo
  2. Também do mercado tradicional, o anúncio de que o PayPal deverá começar a negociar criptomoedas em 2021 também foi um impulso para a alta.
  3. Também nessa linha, várias instituições financeiras e globais (por exemplo, FMI) ajustaram suas expectativas para a recuperação econômica da crise COVID-19, potencialmente alimentando ainda mais uma corrida para ativos alternativos.
  4. Após algumas semanas (até meses) de hype, houve uma desaceleração em investimentos em projetos de Finanças Descentralizadas (DeFi), levando os indivíduos e investidores institucionais a reequilibrar suas carteiras em direção a criptoativos relativamente menos arriscados, como o Bitcoin. 
  5. Por fim, houve uma queda na oferta da criptomoedas em exchanges centralizadas. De acordo com a Glassnode, o saldo em Bitcoin nas corretoras é de cerca de 2,5 milhões de BTC (abaixo de ~2,9 milhões em janeiro de 2020), potencialmente impactando a dinâmica de quem negocia a moeda.

As notícias confirmam e reforçam que esta alta é consistente, e a chegada dos institucionais no mercado de criptoativos está apenas no começo. Além das mencionadas anteriormente, também é importante lembrar da Grayscale, criada em 2013 para ser o maior grupo de investimentos em criptoativos, e que hoje possui sob sua gestão mais de 456.537 bitcoins, ou seja, quase 6 bilhões de dólares.

Vale destacar que a onda positiva do Bitcoin não provocou apenas uma alta história no Brasil, mas também em outros 6 países – destacados também pela desvalorização de suas economias e moedas nacionais: Angola, Argentina, Sudão, Turquia, Venezuela e Zâmbia.

Tudo nos leva a crer que isso é apenas o início de um grande ciclo de crescimento do valor e da utilização do Bitcoin e dos criptoativos como um todo. E, em especial para o investidor brasileiro, também vale destacar que, além do dólar (e do dólar digital), Bitcoin também serve como hedge  contra a desvalorização do real.

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