Como entender a economia para tomar melhores decisões de investimento?

O tema economia é um assunto que a princípio parece ser difícil e ter pouca aplicação prática no nosso cotidiano.

Ainda que seja um pouco complexo entender o funcionamento da economia de um país e as interações entre compradores e vendedores, alguns princípios econômicos podem ajudar a tomar melhores decisões de investimento.

Muitos termos que ouvimos sobre a economia e os investimentos podem não ser explicados e nos deixar perdidos.

Neste artigo apresentaremos os principais conceitos econômicos que podem aparecer no seu dia a dia ou nas suas decisões de investimento.

Oferta e demanda

A oferta e demanda é a principal lei das economias e costuma ser utilizada em diversas situações e principalmente nas determinações de preços em um mercado.

O lado da oferta diz respeito aos vendedores que estão dispostos a oferecer o seu produto ou serviço naquele mercado. No cotidiano, as empresas costumam ser os ofertantes mais frequentes.

Já do lado da demanda haverá os consumidores que estão dispostos a consumir os produtos ou serviços ofertados pelas empresas.

Em resumo, a oferta diz respeito a quantidade de produtos ou serviços disponíveis para compra. Já a demanda diz respeito a quantidade dos mesmos produtos e serviços que serão demandados pelos consumidores.

Para os investidores, a aplicação da lei da oferta e demanda acontece principalmente na Bolsa de Valores. Na compra e venda de ações, cotas de um fundo imobiliário ou outro ativo, sempre haverá os vendedores e os compradores.

Ambos os lados definem um preço e a quantidade que estão dispostos a negociar. O preço final desse ativo será o encontro entre o preço e a quantidade considerada ideal para as duas partes.

Essa situação é exemplificada no gráfico abaixo.

Na imagem podemos verificar que existe uma determinada demanda para cada nível de preço do produto. Quando a demanda se iguala a oferta costumamos chamar de condição de equilíbrio ou ponto de equilíbrio.

Produto Interno Bruto (PIB)

PIB é a sigla para Produto Interno Bruto que é a soma de tudo que é produzido em uma economia, geralmente no período de um ano.

Para o cálculo do PIB são considerados apenas os bens e serviços finais para evitar dupla contagem.

Caso um país tenha produzido 200 reais em trigo, 500 reais em farinha de trigo e 700 reais em pão, o PIB desse país será de 700 reais porque os valores da farinha e do trigo já estão contidos no pão.

No Brasil, o cálculo do Produto Interno Bruto é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período.

Ótica da produção, renda e demanda

O PIB pode ser mensurado sob as óticas da produção, da renda e da demanda.

A ótica da produção reflete a soma do valor de todos os bens finais produzidos naquele local.

Assim como o pão, um outro bom exemplo é o automóvel. Na ótica da produção só consideramos o valor final de venda desse veículo. As rodas, o motor, os bancos e demais itens do veículo já estão embutidos na composição final do preço.

Na ótica da renda é levado em consideração a renda gerada e obtida pelos diferentes agentes econômicos ao longo daquele período.

Ao olhar a renda são considerados os salários pagos, os lucros distribuídos, os aluguéis e os juros.

Neste caso, a soma das rendas auferidas durante a produção será o resultado desta economia.

Por último, na ótica da demanda é considerado o consumo das famílias, o consumo do governo, os investimentos e as exportações.

PIB Real e PIB nominal

O PIB real é quando consideramos apenas a variação da produção naquele período. Para o cálculo do PIB real deixamos os preços constantes em um ano base e multiplicamos pela variação da produção naquele ano.

Dessa forma, deixamos de considerar a variação dos preços que podem sugerir um aumento superficial da produção.

Já o PIB nominal é quando multiplicamos a quantidade produzida pelos preços praticados naquele ano.

O uso do PIB nominal pode influenciar em uma análise mais enviesada da economia de um País, uma vez que a inflação pode sugerir uma elevação na produção, o que não é necessariamente verdade.

Como exemplo de cálculo do PIB Real podemos considerar um país que produz apenas carros.

Na tabela abaixo são apresentados os valores e quantidades produzidas em cada ano. Para o cálculo do PIB real utilizamos como base os preços do ano de 2019.

Taxa de desemprego

A taxa de desemprego mede o percentual de pessoas que estão fora do mercado de trabalho.

Para que uma pessoa seja considerada desempregada é necessário que ela não tenha emprego e esteja procurando por um novo emprego.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão que mensura a taxa de desemprego no Brasil. O cálculo da taxa é feito a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Além disso, o Ministério da Economia possui um outro cálculo para a taxa de desemprego. Esse cálculo é feito a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

O CAGED é utilizado para avaliar a situação do mercado de trabalho formal e serve para que o governo implemente e aprimore programas sociais.

Esse mercado de trabalho formal é abrangido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) instituída em 1943.

Inflação

A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços em uma economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a medida de inflação oficial no Brasil. A variação do IPCA também é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para esse cálculo, o IBGE considera uma cesta de produtos consumidos por uma família cuja renda seja de 1 até 40 salários mínimos.

Essa cesta de produtos é definida a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que tem o objetivo de determinar os itens consumidos e a proporção de cada item no rendimento familiar.

A partir dessa cesta, o IBGE pesquisa os preços em diferentes locais e verifica se o preço dessa cesta aumentou ou diminuiu. Esse cálculo é mensal, mas o IBGE também mostra a variação anual do IPCA.

Cabe lembrar que a inflação oficial pode não representar o índice de uma família ou indivíduo. Isso porque o consumo de alguns produtos ou serviços podem ser diferentes da média apresentada pelo IBGE.

Outros índices de inflação

O IBGE também calcula o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que avalia a variação dos preços para as famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos.

Esse grupo tende a gastar a maior parcela ou a totalidade de suas rendas em itens básicos de consumo, como alimentação, transportes e remédios.

Além disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) que compreende as variações de preços ao consumidor (IPC-M), ao produtor (IPA-M) e na construção (INCC).

O IGP-M costuma ser utilizado como referência para contratos de aluguel, seguros saúde e tarifas públicas.

Conclusão

Neste artigo apresentamos os principais fatores que podem aparecer em uma análise econômica e geralmente aparecem em um relatório de research ou em uma notícia no jornal.

Agora você tem um ponto de partida para tomar melhores decisões de investimento e não ficar perdido no famoso “economês”.

Diogo de Jesus Brandão Ribeiro
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