Esse rápido artigo tem o objetivo de ilustrar comparativamente o desempenho das principais variáveis macroeconômicas de dois emergentes que estão sobre forte turbulência: Brasil e Turquia.
Não vamos analisar caso a caso, nem explicar cada movimento, pois a compreensão é imediata para aqueles que acompanham o noticiário econômico dos países.
- Crise econômica atingiu apenas no Brasil (por enquanto)
- O risco-país dos dois emergentes andam, naturalmente, muito próximos (mesma tendência), embora no curto prazo cada um tenha sua particularidade. No período recente, o estresse maior é da Turquia.
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- Dado o aumento do risco em ambos países, bem como a conjuntura internacional, a taxa de câmbio está depreciando nos dois países, com destaque para a Lira turca.
- Inflação turca disparou, reflexo (em partes) do movimento do câmbio, enquanto a brasileira está bem controlada.
- Uma das consequências do movimento cambial e da inflação é a maior elevação da taxa de juro por parte da Turquia no período recente, ao passo que o Brasil mostrou uma trajetória estável num baixo patamar.
- O desemprego segue maior no Brasil, dado a crise intensa nos últimos anos. Ainda assim nossa tendência é declinante, diferente do caso turco.
- Por fim, no caso Fiscal, a situação brasileira é terrível, com trajetória da dívida bruta crescente. Por outro lado, apesar de não ter uma dívida num nível elevado, a Turquia tem uma concentração elevada de dívida externa, o que expõem bastante o país, o que tem resultado na volatilidade recente. Aqui é importante pontuar que usamos a metodologia do FMI, que difere daquela divulgada pelo BC, apenas para a comparação ser possível.
Em suma, a Turquia está numa situação pior que que a brasileira no curto prazo que, dependendo da nossa eleição, poderá iniciar um 2019 muito melhor e se distanciar ainda mais do cenário turco.
Editor do Terraço Econômico