Contas Públicas no vermelho: de quem é a culpa?

Economia em Pílula. Uma dose rápida de economia no seu dia | por Victor Wong*

Muito se tem falado de que o país está com déficit primário e que para ano que vem teremos um pesado ajuste fiscal. No entanto, você sabe no que o governo tem gasto nos últimos anos?

O gráfico abaixo mostra as linhas dos gastos públicos acumulados em 12 meses e em porcentagem do PIB. Podemos ver que gastos com pessoal estão na casa dos 4% já faz um tempo e estão controlados. Já os gastos com programas sociais como o Bolsa Família representam cerca de 0,7% do PIB [1]. As maiores contribuições e que estão crescendo rapidamente são gastos com Previdência e Custeio e Capital. Esses incluem aqueles benefícios sociais, como Seguro Desemprego, Aposentadoria, Educação, Saúde, entre outros.

[caption id="attachment_2468" align="aligncenter" width="569"]Fonte: STN Fonte: STN[/caption]

Bom, tirem as conclusões que quiserem, mas não me venham com aquela velha ladainha de sempre de que a culpa é dos salários altos dos políticos ou que o governo gastou todo dinheiro dos nossos impostos em Bolsa Família.

Obs: Custeio e Capital engloba muitas outras coisas que também não são gastos sociais, mas como o Mansueto Almeida (economista perito no assunto) já comentou em seu blog, a parte ex social está bem comportada e o que está crescendo explosivamente é a parte social. (http://mansueto.wordpress.com/2014/10/28/a-dificuldade-do-ajuste-fiscal/)

[1] http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/12/ccj-aprova-projeto-que-torna-bolsa-familia-programa-de-estado.html

Victor Wong

Mestrando pela Escola de Economia de São Paulo da FGV. Já trabalhou no mercado financeiro na área de Pesquisa Econômica. Interessa-se pelas questões fiscais e monetárias, além do fator político de cada uma das decisões tomadas no âmbito nacional e internacional. Em outras palavras, a "macro" é com ele! Porém, bons argumentos nem sempre são suficientes para ganhar discussões. Dessa forma, utiliza-se de suas (poucas) habilidades de barman para embriagar as contrapartes: nada como saber o ponto fraco de seus adversários. Escreveu para o Terraço Econômico entre 2014 e 2015.

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