Você já deve ter escutado que o Brasil é o país do futuro, que o Brasil tem muitos recursos e que devemos acreditar muito em nosso país, não é mesmo?
O que você ainda não ouviu ainda é o que estamos fazendo no presente para construir um país melhor amanhã.
Tamanha vontade de querer estar sempre a frente do tempo, mostra uma enorme ignorância do Brasil consigo mesmo.
Isso é muito preocupante!
Voo de galinha
Não é mistério para os Economistas que a década de 2010 foi de fato uma década perdida.
O alto crescimento econômico dos dois primeiros anos de 7,5% e 4,0%, se deram principalmente devido ao boom das commodities, que foram resquícios do alto crescimento mundial na primeira década do século XXI.
Podemos ver em um passado não tão distante, o Brasil sendo alvo de elogios, para posteriormente, ser alvo de intensas críticas. A falta de sustentabilidade econômica, justifica tal fator, mostrando que o nosso Brasil ainda se comporta como um país regional.
A capa da The Economist mostrando o Cristo redentor decolando e anos depois a mesma revista, revela um certo grau de interrogação sobre o país. Afinal o que acontece com o Brasil?
O que faltou ao Brasil?
Um fato é, o Brasil não faz o dever de casa na hora certa. O Brasileiro não consegue canalizar energias para sustentar um crescimento econômico, que seja de longo prazo.
Uma característica presente no governo Lula, época em que o Brasil mais cresceu nos últimos 30 anos, segundo a FGV, era o incentivo ao consumo e o populismo em relação a problemas políticos e econômicos, como o mensalão e a crise de 2008.
O Brasil não soube fazer as reformas no tempo certo, e demorou muito para cair na real, que o tamanho do Estado é muito grande, para um país que necessita aumentar a produtividade dos seus trabalhadores e fazer reformas econômicas.
Essas mesmas reformas que só foram realizadas 6 anos depois do final do mandato de Lula, já no governo Temer, onde o Brasil já tinha passado pela pior recessão da sua história.
A Reforma trabalhista foi importante e surgiu em um momento oportuno para deixar bem claro que existem detalhes no Brasil que precisam ser mudados.
A CLT é um exemplo de que uma vitória trabalhista na década de 1940, não pode se manter em um contexto totalmente diferente como é o atual.
As reformas são essenciais para o crescimento e o sustento econômico e político, por isso é necessário, que principalmente em um bom momento econômico, também sejam feitas reformas, como foi a trabalhista.
A Crise de 2015 e 2016
A crise de 2015/2016, que culminou em uma forte crise econômica e social no país poderia ter sido evitada. Um somatório de erros acabou culminando em desemprego, aumento da pobreza e recessão econômica.
Para olharmos melhor isso, temos que ver o contexto dessa crise.
O Brasil carecia de boas politicas macroeconômicas e o resultado do superávit primário estava em queda desde 2013. As políticas de combate a inflação e taxa de juros também não eram bem realizadas, fazendo com que a inflação aumentasse.
Um intervencionismo excessivo em relação a economia, motivou os demais eventos, que todos sabemos e que trouxeram grandes prejuízos ao nosso país.
Dilma não sabia o que fazer e o seu governo se mostrou insustentável.
Impeachment da Dilma e a entrada de Temer
As manobras fiscais de Dilma e o seu problema de relacionamento com o Congresso acabou gerando o seu impeachment.
Primeiro o governo Temer entrou e ficou 3 meses temporariamente no governo. O então vice trocou a equipe econômica e colocou Henrique Meirelles e Ian Goldfajn como ministro da fazenda e presidente do Banco Central, respectivamente.
O mercado reagiu muito bem após a entrada do governo provisório, e as expectativas em relação a queda do dólar, combate a inflação e investimento privado, melhoraram.
No final de Agosto de 2016, com o impeachment passando no Senado, Temer passou a ser o Presidente do Brasil.
As expectativas melhoraram e o mercado consolidou uma onda de otimismo sobre a economia.
Aos poucos o país foi criando força para crescer mais.
Eleição do Bolsonaro
Com diversas promessas em relação a economia e segurança, Bolsonaro foi eleito em outubro de 2018 em uma vitória contra o petista Fernando Haddad.
Os brasileiros estavam cansados.
O Brasil estava cansado.
O governo Bolsonaro criou uma grande expectativa no mercado, fazendo com que a Bovespa chegasse aos maiores níveis já vistos.
A expectativa sobre a queda do dólar também se fortaleceu e o país começou a focar em mais uma reforma.
Uma reforma que pode ajudar e muito o país.
Reforma da Previdência
No final de 2019, uma das reformas mais esperadas pelo mercado, foi aprovada. Com isso, o Brasil conseguiu economizar e deixar de gastar com a previdência, muitas verbas que poderiam ser utilizadas com Educação, Segurança e Saúde.
Os nossos habitantes estão envelhecendo, a expectativa de vida do Brasileiro já ultrapassa os 76 anos e tem a possibilidade de chegar aos 81,2 em 2060.
Por conta de todos esses fatores, essa reforma é fundamental para o futuro do Brasil.
O início do fim?
O governo Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, mostrou certos problemas acerca da relação com o Congresso Nacional.
O Presidente da Câmara Rodrigo Maia e o Presidente Jair Bolsonaro não estavam se dando bem, e o Congresso começou a emperrar algumas pautas do governo.
A reforma da previdência era uma necessidade, mas demorou para entrar em vigor.
Existe a necessidade de outras reformas como a Administrativa e a Tributária, que são vistas de forma essencial pelo governo.
Quais serão as nossas expectativas para o futuro?
É evidente que devemos buscar alternativas para diminuir os gastos e economizar o máximo possível para sustentar a nossa economia.
Por onde começar? Qual deverá ser a atitude do Governo para melhorar a sua relação com o Congresso?
Expectativas do Brasil para o início da década de 2020
O país entrou em uma polarização jamais vista.
E não foi de agora. Esse acontecimento foi acentuado pelas manifestações de 2013 e pela insatisfação da população com os seus governantes.
Seria hora para tentar a união? E como?
Uma questão pertinente também é a pandemia do Coronavírus, que trará mais uma recessão para o Brasil no início de uma nova década.
Seria o anúncio de que teremos uma nova década perdida?
Será que a situação se inverterá a década de 2010, dando uma reviravolta positiva na economia nessa década?
A Economia é mutável, por isso devemos prezar por uma economia mais aberta e um maior equilíbrio das contas públicas. O ano de 2020 será perdido, mas ainda temos 9 anos para recuperar o que foi perdido na última década e desenvolver ainda mais o nosso país.
Mateus Cunha
Criador do Economia Falada.