Hora das criptomoedas: como a baixa da Selic afeta o retorno dos seus investimentos?

A taxa Selic no Brasil nunca esteve em uma tendência tão grande de baixa, e podemos dizer que isso faz parte da nova realidade da nossa economia. Vimos uma série de reduções, trazendo a taxa para um patamar mínimo de 2% ao ano no início de setembro, como estímulo monetário que o Copom (Comitê de Política Monetária, responsável por essa definição) entende como necessário para seguir enfrentando os impactos econômicos causados pela pandemia de COVID-19.

Isso aumenta o desafio do investidor brasileiro, pois com a Selic baixa os retornos de aplicações mais conservadoras, as quais já estavamos acostumados há alguns anos, passaram a ser muito menores do que aquelas mais arriscadas.

Onde então buscar um melhor retorno?

A saída mais tradicional para o investidor brasileiro, que aceita um risco maior em busca de um retorno também maior, tem sido historicamente o mercado de ações. Mas os impactos econômicos trazidos pela pandemia da COVID-19 culminaram, no mês de março, em um dos piores momentos do mercado de ações nos últimos 22 anos.

O índice Bovespa saiu de 119.534 no dia 23 de janeiro de 2020, para 63.569 no dia 23 de março, em uma queda de 46,82%, com algumas ações importantes trazendo uma queda superior a 70%.

(Tradingview)

A recuperação está ocorrendo, mas não na velocidade que os investidores desejavam. Esta lenta ascensão basicamente acontece porque os preços no mercado de ações refletem a expectativa do mercado com relação ao crescimento e ao resultado das empresas no futuro, mas ainda existe muita dúvida no mercado sobre a extensão e a profundidade do impacto econômico que a pandemia está causando na economia brasileira.

Afinal, e as criptomoedas, como se comportaram?

Vamos ver como se comportou o Bitcoin, a criptomoeda mais importante do mercado de criptoativos. O Bitcoin começou o ano de 2020 em uma tendência de alta, saindo de US$7.195 para US$ 10.344 em 14 de fevereiro, valorizando 44,17% neste período. Parecia até que não sofreria com os impactos econômicos trazidos pela pandemia da COVID-19. Mas nenhum tipo de ativo financeiro escapou da corrida por liquidez causada pela pandemia, e com o Bitcoin não foi diferente. De US$10.344 em 14 de fevereiro foi para US$4.800 em 12 de março, sofrendo uma queda de 53,6% (em dólares). Veja o gráfico abaixo do bitcoin na Binance, criado com Tradingview.

Mas no caso do bitcoin a recuperação veio também com muita velocidade (veja o gráfico abaixo). O Bitcoin saiu de US$4.800 em 13 de março para US$9.564 no dia 9 de maio, valorizando 99,26% em dólares neste período. Desde então, entre oscilações, atingiu um novo pico de US$12.337 em agosto, quase batendo o recorde histórico na conversão em reais (R$67.780 em 17 de agosto, a apenas 2 mil reais da cotação mais alta de todos os tempos de dezembro de 2017).

Um dos fatores que tem contribuído para a rápida recuperação do Bitcoin é que ele além de funcionar como meio de troca e unidade de referência de valor, também é visto como um ativo de reserva de valor. Isto porque o Bitcoin não sofre com a inflação produzida por decisões governamentais. O Bitcoin é um ativo escasso, a criação de mais moedas já está programada no sistema e ocorre como uma recompensa aos mineradores que são os responsáveis pela validação das transações. Ou seja, ninguém é capaz de criar mais bitcoins aumentando artificialmente a sua oferta.

Reserva de valor é para onde os investidores levam parte de seus investimentos em tempos de crise, e como a oferta deste tipo de ativo é escassa, o excesso de demanda faz com que o valor deste ativo suba.

Mas se o comportamento do Bitcoin nos gráficos acima pareceu promissor para o investidor que aceita risco em troca de um maior retorno, ainda temos uma variável que deixa esta relação ainda mais favorável.

Vocês devem ter notado que pegamos a cotação do bitcoin na Binance com relação ao BUSD, uma criptomoeda estável lastreada em dólares, ou seja, cada BUSD vale 1 dólar. Para sermos exatos, existe uma oscilação extremamente pequena, tão pequena que podemos desconsiderar em nossa análise.

Considerando a cotação do dólar comercial no Banco Central, conforme a tabela abaixo, teríamos uma situação ainda mais favorável. O Bitcoin sairia de R$ 44.582,64 em 14 de fevereiro para R$ 23.424,00 em 12 de março, sofrendo uma queda de 47,46% em reais. A recuperação em reais veio ainda mais rápida, saindo de R$ 22.704,00 em 13 de março para R$ 55.088,64 do dia 9 de maio, valorizando incríveis 142,63% em reais neste período! Agora, meados de setembro, a cotação do Bitcoin permanece na casa dos 57 mil reais, embora tenha tido a valorização que mencionamos acima.

A Selic e o Dólar

E como dissemos no início desta análise, há indicações de que a tendência de baixa da Selic deva continuar, uma vez que faz parte do estímulo monetário que o Copom entende necessário para enfrentar os impactos econômicos causados pela pandemia.

Mas qual a relação entre a taxa da Selic e a cotação do dólar? Para entendermos a influência que a primeira pode realizar sobre a segunda precisamos entender o que são as operações de carry-trade. Neste tipo de operação, grandes investidores tomam recursos emprestados em moeda estrangeira com taxas de juros baixas (como o dólar) e emprestam em moeda local com alta taxa de juros (como o Real). Quanto maior a diferença desta taxa de juros, mais interessante fica este tipo de operação, trazendo um grande fluxo de moeda estrangeira (no caso o dólar) para dentro do país. Quando ocorre o contrário, ou seja, a diferença da taxa de juros americano e brasileiro diminui, este tipo de operação passa ter uma relação retorno/risco pior, os grandes investidores perdem o interesse neste tipo de operação e ocorre um grande fluxo de dólar para fora do país. O que provocou a significativa alta que vimos durante o ano.

O que tiramos disso?

O investidor brasileiro que pretende buscar uma opção com maior rentabilidade para seus investimentos pode encontrar no mercado de criptoativos uma opção importante para aquela parte que ele pretende colocar em renda variável.

É um mercado que oferece a possibilidade de valorização dos criptoativos escolhidos e ainda carrega intrinsecamente uma proteção cambial para o investidor.

Uma excelente fonte de informação para o investidor que quer entender melhor este mercado é o Binance Academy, onde você encontra artigos, tutoriais e informações de base importantes para a tomada de decisão de investimentos no mundo cripto.

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Mayra Siqueira

PR & Content Manager Brazil na Binance
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