O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já deixou clara sua intenção de contornar a recessão econômica reduzindo sucessivamente a taxa básica de juros da economia. Desde agosto do no passado, a Selic recuou de 14,25% a 12,25% e a estimativa é de que caia ainda mais, chegando a 9,5% até o final do ano. Esses números têm tornado os investimentos de menor risco, como os títulos do governo, menos atrativos. Com isso, o investidor brasileiro busca novas alternativas de investimento, com retornos maiores.
Uma boa opção para quem quer diversificar seus investimentos com um retorno melhor a médio e longo prazos são os fundos de venture capital. Mesmo em cenários econômicos pessimistas a modalidade é sempre uma boa alternativa, uma vez que as empresas investidas são negócios inovadores e com alto potencial de crescimento, ou seja, estão desassociadas do crescimento do PIB – e muitas vezes se valem de problemas enfrentados pelas corporações para se estabelecer no mercado. São suas inovações que ajudam empresas mais tradicionais a se manterem competitivas – e elas estão dispostas a pagar por soluções que podem gerar receita ou reduzir despesas.
Apesar de o venture capital ser considerado um investimento de alto risco, os gestores de fundo têm uma preocupação constante e real para mitigar esses riscos. E isso é feito desde a seleção, quando analisamos não apenas a tecnologia das startups que buscam aportes, mas, principalmente, o mercado e as pessoas que estão à frente do negócio a ser investido. Essa preocupação não ocorre só no momento da seleção: depois do aporte feito, ficamos em contato com os empreendedores e acompanhamos o processo de governança corporativa da empresa.
Outro ponto a ser destacado é que pensamos sempre no retorno a longo prazo. Isso faz com que os fundos de venture capital fiquem menos vulneráveis a intempéries de curto prazo, como variações do dólar, crises políticas e períodos de alta da inflação. Devido a isso, alguns fundos trabalham com expectativa de ter ganhos superiores a 30% ao ano.
O conselho que dou aos investidores que querem apostar nas startups é aprender com quem já sabe e tem experiência. Não existe capacitação para quem está começando a investir em venture capital, assim como não é fácil aprender sozinho. Procure uma gestora de confiança para explicar o mercado, analisar e acompanhar as melhores oportunidades. As grandes companhias já perceberam que investir em inovação, justamente em função do risco, é apostar naquilo que promete ser um dos grandes motores para alavancar a economia nacional. É um investimento em capital empreendedor, que não mede esforços para vencer a crise pela qual ainda passamos.
Marcelo Wolowski – Sócio-diretor da BZplan