Mercado de criptomoedas: saiba o que importa!

Quer entrar de cabeça no mundo das criptomoedas e aprender mais sobre esse tema que está revolucionando a forma como enxergamos o dinheiro? Esse artigo é para você!

Uma das maiores mudanças trazidas pela crise de 2008 foi a pergunta: “não seria possível termos uma alternativa a esse enorme e ineficiente sistema financeiro que sempre caminha para as mesmas crises?”. Ainda sob essa ressaca, uma resposta surgiu no white paper do Bitcoin: seria sim possível ter um sistema alternativo para transacionar dinheiro.

De lá para cá, quase uma década e meia se passou. O que tivemos de diferente foi um florescer de alternativas diversas para responder àquela pergunta. E todas essas, independente de serem viáveis ou não, formam o que podemos chamar de mercado de criptomoedas.

A grande ideia do mercado de criptomoedas é que seria possível sair do que temos tradicionalmente estabelecido há muitas décadas (o sistema financeiro como conhecemos) sem retornar alguns séculos (para o mercantilismo ou algo do tipo).

Sim, é possível ser digital, praticamente instantâneo e ainda assim não estar nos meios tradicionais. Na verdade, é possível ter ainda mais eficiência nesses meios novos. É o que você vai descobrir aqui neste artigo.

Como funciona esse mercado?

Antes mesmo de entrarmos no mercado de criptomoedas, vale fazer dois adendos importantes.

Em primeiro lugar, criptomoedas não servem apenas a propósitos financeiros: existem projetos que falam sobre governança, sobre fidelidade de serviços e até sobre como você pode ajudar em decisões do seu time de coração. Esses tokens ou unidades de criptomoedas têm cotação? Sim, mas nem sempre essa é a “função principal” de uma criptomoeda.

Como segundo ponto, se você tem interesse justamente em saber dos aspectos e possibilidades financeiras das criptomoedas, o que você deve olhar é o campo das Finanças Descentralizadas (ou DeFi), porque é justamente nesse ponto que todos os pontos relacionados a como as criptomoedas podem vir a substituir o sistema financeiro tradicional são apresentados e discutidos.

Através das Finanças Descentralizadas você consegue descobrir criptomoedas que te permitem pegar dinheiro emprestado, ter renda passiva ou mesmo usar os próprios tokens como ativos financeiros (e buscar, com estratégias como as utilizadas em ações, opções e outros do sistema tradicional, ganhos com operações). Ah, e claro, também é nesse campo que você pode buscar alternativas para uso no dia a dia em locais que as criptomoedas já são aceitas como meio de troca.

Esse mercado funciona com base em duas diferentes pontas: a disponibilização para compra, venda e custódia de criptomoedas (que é algo que você faz usando uma corretora, como é o caso da Bitso) e as pessoas que irão procurar esses tokens para compra.

Tudo se parece muito com o sistema tradicional até então, mas, lembra da ideia de servir como alternativa? Tal qual vimos na história da Bitso, há muito mais gente do que se imagina fora do sistema financeiro como conhecemos. Isso tudo acontece por uma série de burocracias demandadas das pessoas para isso.

Agora, o que acontece quando basicamente a única condição que você precisa para fazer parte de algo é ter um smartphone? Parece bem mais acessível do que cumprir várias condições, não é? É mais ou menos nessa direção que o mercado de criptomoedas surge: colocando alternativa para quem antes não tinha essa opção.

Citamos aqui o artigo sobre a história da Bitso porque nele há um detalhe interessante: a ideia ali desde o princípio foi de colocar possibilidade financeira para quem não tinha acesso. Em termos bastante diretos, é exatamente isso que o mercado de criptomoedas deseja fazer.

Como faz para entrar nesse mercado?

Como já apresentamos, existem duas pontas: a de quem disponibiliza projetos de criptomoedas, esses que acabam parando ou não em corretoras, e a ponta de quem deseja comprar esses ativos para qualquer que seja o objetivo, desde a utilização no dia a dia até as tantas outras possibilidades que esses projetos trazem em termos de gestão não diretamente relacionada ao mundo financeiro.

No primeiro caso a questão é mais subjetiva e ampla: depende de você ter alguns conhecimentos em programação, saber de projetos que estão em andamento ou, conhecendo com mais profundidade, até mesmo colocando para rodar um projeto idealizado por você. Apesar da velocidade e quantidade de informações sobre o assunto, não é algo tão fácil assim de contribuir.

Já no segundo, há um conjunto muito mais fácil e amigável de possibilidades: você precisa basicamente ter a conta em uma corretora de criptomoedas que já passará a ter acesso a compra, venda e armazenamento de uma ampla gama de criptoativos.

Logo ao abrir uma conta em uma corretora (ou exchange, como costumam ser chamadas essas corretoras) você percebe a diferença com o sistema financeiro tradicional: bastarão apenas a identificação do país em que você se encontra e um e-mail válido para ter acesso a esse mercado. Simples assim.

Claro, outras identificações podem ser pedidas mais adiante para por exemplo ter acesso a limites de operação maiores e poder fazer coisas mais específicas, mas, veja: o que se demanda apenas para entrar no mercado é algo tão simples e disponível quanto baixar um aplicativo no seu celular e criar um simples login acompanhado de senha.

Quem pode entrar nesse mercado?

Basicamente qualquer pessoa pode ter acesso a esse mercado, cumprindo as exigências mínimas demandadas para criar conta em uma exchange. Isso pode parecer um pouco surreal a princípio, mas é exatamente como acontece.

Não irá depender do seu nível de renda, de comprovante de residência ou de quaisquer outras exigências. Uma pessoa com acesso a internet de qualquer lugar, conseguindo criar uma conta em uma exchange de qualquer maneira já consegue ter esse acesso a uma ampla gama de possibilidades financeiras.

Aparentemente você pode ter lido esses dois parágrafos anteriores e pensado “mas isso de não ter filtro nenhum de entrada não pode colocar riscos para todo o sistema?”. Poderia, mas existem dois fatores que acabam tornando essa realidade bem menos arriscada do que primeiramente parece.

O primeiro aspecto é o fato de que essas exchanges utilizam a tecnologia do blockchain para realizar as operações. De maneira bem geral e simplificada, o blockchain funciona como um livro razão de registros de transação “marcado na pedra” de forma digital: as operações que ali entram ficam para sempre registradas e não podem ser alteradas. Isso aumenta consideravelmente a segurança.

Em segundo lugar, a exchange pode tomar decisões a respeito da segurança através da busca de atender processos específicos de controles e transparência. No caso da Bitso, esses protocolos seguidos são os de Gibraltar, mais especificamente os da Comissão de Serviços Financeiros desse país. Com isso, há uma fonte externa que assegura que os procedimentos são seguidos de maneira segura – a questão não fica apenas em um simples marketing de confiança e segurança.

Vantagens e desvantagens do mercado de criptomoedas

Até então tudo que te contamos tem a ver sobre quão libertador é o mercado de criptomoedas. Mas antes de qualquer decisão a ser tomada, não se esqueça que a atitude mais racional é pesar os prós e contras para saber se é algo para você ou não. É aqui então que apresentamos as vantagens e desvantagens desse mercado tão inovador!

As três principais vantagens

Em primeiro lugar, a liberdade de fazer parte desse mercado – em qualquer uma de suas duas pontas, ainda que a de comprador seja bem mais simples que a de ofertante – mostra como as barreiras típicas de entrada de um mercado dentro do sistema financeiro começam a cair com o mercado de criptomoedas.

Como segunda grande vantagem, temos o enorme conjunto de possibilidades que se colocam como disponíveis a partir do momento que você tem acesso a esse mercado. Além do uso no dia a dia, você pode emprestar dinheiro, pegar emprestado, acompanhar subidas e descidas de preço usando estratégias de operação dos mercados tradicionais e até ajudar nas decisões gerenciais de um clube ou empresa. Tudo isso tendo com você essas moedas digitais.

Já como terceiro ponto, temos o fato de que esse é um mercado que nunca dorme: você pode, tal qual faz com o PIX, fazer operações no mercado de criptomoedas sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia. É que com o PIX a possibilidade de envio e recebimento de dinheiro passou a ser contínua também, mas é por isso que já foi dito sobre criptomoedas que fariam ao dinheiro a mesma otimização que, para enviar mensagens, o e-mail fez em relação a cartas – não há mais horário, pode simplesmente ser a hora que você quiser.

As três principais desvantagens

A primeira desvantagem tem relação direta com a última vantagem: por ser um mercado que nunca dorme, variações bruscas e eventos que mudam rapidamente as cotações (que são bem voláteis) podem acontecer com alguma breve soneca. Isso pode ser um tanto preocupante para quem busca obter ganhos de curto prazo com esse mercado.

Como segunda desvantagem temos a confusão que muitas pessoas fazem a respeito das possibilidades. Infelizmente, todas as vezes que algum ativo financeiro chama a atenção por variar muito de preço, aparecem pessoas desonestas dando a entender que aquele seria “o investimento certo para você”. Não saber seu perfil de investidor e não conhecer do projeto de criptomoeda cujo token você comprou são erros que podem acontecer – e ainda serem induzidos por essas pessoas ou empresas de má-fé.

Em relação ao terceiro ponto negativo, temos que a volatilidade faz muita diferença. O real desvalorizou em relação ao dólar cerca de 30% em um ano. Isso é muito, não é? Mas o que acontece se eu te dizer que até mesmo o dobro disso (ou alguns múltiplos disso) pode acontecer em questão de horas? No mercado de criptomoedas essa é uma realidade. Esteja consciente disso antes de entrar, porque é algo comum neste mercado.

Informação é o caminho ideal para as boas decisões

Tudo na vida apresenta riscos e demanda cuidados, não seria nenhuma novidade te apresentar essa verdade. Mas tenha em mente uma coisa bastante importante: por mais inovador que seja um mercado, você sempre conseguirá encontrar informações confiáveis para te ajudar a desbravar novos caminhos.

Jamais deixe de buscar tais informações antes de tomar decisões. Isso vale para o mercado de criptomoedas e também para basicamente tudo na vida. Não queremos que você se torne aquela pessoa chata e analítica que nunca sabe para onde ir, mas queremos ainda menor que você se torne aquela pessoa tola que é movida por instintos de manada que te fazem rasgar dinheiro no fim do dia.

Se o assunto for o mercado de criptomoedas, aceite nossas humildes recomendações: essa ala aqui no Terraço Econômico que irá discutir alguns temas e também o Blog da Bitso, que acaba abordando de maneira mais aprofundada dezenas de aspectos desse universo tão inovador.

Saber mais sobre um mercado não garante que você ficará fora de qualquer problema ou decisão ruim. Mas, certamente, agir em vôo cego (“vou entrar em uma exchange e sair comprando tudo conforme ver por aí que estão bombando”) aumenta consideravelmente suas chances de ter problemas. Prefira sempre a navegação com informações adequadas!

Caio Augusto

Formado em Economia Empresarial e Controladoria pela Universidade de São Paulo (FEA-RP), atualmente cursando o MBA de Gestão Empresarial na FGV. Gosta de discutir economia , política e finanças pessoais de maneira descontraída, simples sem ser simplista. Trabalha como diretor financeiro de negócios familiares no interior de São Paulo e arquiva suas publicações no WordPress Questão de Incentivos. É bastante interessado nos campos de políticas públicas e incentivos econômicos.
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