O custo da burocracia brasileira

Economia em Pílula – uma dose de economia no seu dia | por Arthur Solow

O Brasil aparece muito mal colocado em uma lista [1] de países que mede a facilidade de se fazer negócios. Em média, duram 83 dias para formalizar e implantar legalmente uma empresa a fim de empreender e fazer negócios em nosso país (ocupa o 174º lugar). Ao mesmo tempo, gastamos 2.600 horas por ano para pagar impostos (aqui, ocupamos o 178º lugar). São 189 países que entram na pesquisa.

Os gráficos abaixo falam por si só sobre a dificuldade de se abrir e operar um negócio no Brasil, em comparação com potências econômicas como nossos vizinhos sul-americanos ou nossos colegas africanos.

Graf1

Graf2

Interessante notar que, apesar do ambiente desfavorável para a criação e a manutenção de empresas, o Brasil possui uma das maiores taxas de empreendedorismo do mundo, chegando a 40% em 2015 [2].

Ou seja, o  brasileiro empreende acima da média dos outros países, mesmo em um ambiente completamente desfavorável! O que poderia explicar essa dicotomia?

arthur

   

Notas

[1] Ver a pesquisa completa aqui: http://portugues.doingbusiness.org/ [2] Ver a pesquisa GEM aqui: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/pesquisa-gem-empreendedorismo-no-brasil-e-no-mundodestaque9,5ed713074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD

Arthur Solow

Economista nato da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Parente distante - diz ele - do prêmio Nobel de Economia Robert Solow, que, segundo rumores, utilizava um nome artístico haja vista a complexidade do sobrenome. Pós graduado na FGV em Business Analytics e Big Data, pois, afinal, a verdade encontra-se nos dados. Fez de tudo um pouco: foi analista de crédito e carteiras para FIDCs; depois trabalhou com planejamento estratégico e análise de dados; em seguida uma experiência em assessoria política na ALESP e atualmente é especialista em Educação Financeira em uma fintech. E no meio do caminho ainda arrumou tempo para fundar o Terraço Econômico em 2014 =)

2 Comentários

  1. Mas essa “taxa de empreendedorismo” no Brasil é meio furada, não?
    Levar em consideração que um agente autônomo, vendedor de Avon ou ambulante de forma informal é um empreendedor (mesmo que por necessidade) não condiz muito com o conceito inovador que queremos oferecer a esse agente.
    Abrcs

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Yogh - Especialistas em WordPress