2017 promete ser um bom ano para investir. O ano recém iniciado traz um horizonte interessante para todos os tipos de investidores (grandes ou pequenos, físicos ou jurídicos), a bolsa de valores tem tudo para se valorizar com o início da retomada da economia brasileira, ao mesmo que tempo que temos a maior taxa de juros real do mundo, e ainda teremos mesmo com as expectativas de cortes na taxa Selic. Com esse cenário, o ano de 2017 combina o melhor de dois mundos para o investidor: Bolsa + renda fixa.
Durante o segundo semestre de 2015 a bolsa brasileira derreteu, as ações sofreram muito com a incerteza econômica e política. Vimos uma mudança de ministro da fazenda, uma explosão nos prêmios de risco, uma subida dramática do dólar e um início do processo de impeachment. Em 2016, o processo de impeachment se confirmou e se iniciou a construção de um projeto econômico que pode gerar menos incertezas econômicas para todos os agentes. Com essa rápida mudança de cenário e preços de ações baixos, o investidor se animou novamente e foi às compras, sendo assim a bolsa subiu mais de 30% em 2016! Muitas das compras se deram na euforia do novo governo e na expectativa de melhora da economia, tudo balizado em grande parte pelas expectativas.
Em 2017 como vai ficar a bolsa?
O ano de 2017 vai ser uma espécie de “dia D”, as ações vão sofrer um verdadeiro teste, com o início da retomada da economia, mesmo que esse processo seja lento. As empresas vão ter que mostrar que estão conseguindo diminuir suas dívidas, ou seja, sua alavancagem – que chegou ao maior nível da década em 2016 – e mostrar ao acionista que estão conseguindo se beneficiar da tímida retomada da economia brasileira. 2017 será um ano muito mais de fundamentos do que de euforia. Papéis baratos não vão mais subir pelo simples fato de estarem baratos: vai subir quem mostrar que sabe/saberá navegar nas águas desse Brasil pós crise. Chegou aqui perdido, mas quer aprender como investir na bolsa? É só acessar o link ao lado.
Tentando descobrir o valor das ações:
Para compreender como as condições econômicas afetam os valores das ações, lembre-se que o valor de uma ação pode ser calculado pelo valor presente dos seus fluxos de caixas futuros. Então o preço das ações tende a subir com uma taxa (taxa SELIC) de desconto menor, pois esse menor desconto diminuirá o custo de oportunidade do dinheiro em outra aplicação…
Em um momento de recessão, as vendas e os lucros diminuem. As ações não cíclicas ou defensivas (por exemplo, energia elétrica e água) são menos afetadas pelo ciclo de negócios, pois com ou sem crise as pessoas vão continuar tomando banho e usando luz elétrica. Esses mesmos papéis terão prêmios de risco menores e avaliações superiores do que as ações cíclicas (por exemplo, empresas de tecnologia e varejo), que são caracterizadas pelo maior risco do negócio e altos custos fixos: se o movimento da Renner cai é provável que ela não feche lojas imediatamente, e acabe mantendo lojas abertas mesmo com um movimento ruim, pelo menos por alguns semestres.
Então lembre-se, na fase inicial de expansão do ciclo de negócios os preços das ações são geralmente crescentes. Isso ocorre porque as vendas estão aumentando enquanto os custos de produção se mantém estáveis. Por exemplo, os trabalhadores não pedem aumentos salariais porque o desemprego é elevado e instalações/equipamentos ociosos podem ser ativados por um baixo custo. Além disso, as empresas geralmente emergem de uma recessão mais enxutas, tendo racionalizado projetos dispendiosos e gastos excessivos. Mais adiante na expansão da economia o crescimento dos lucros diminui pois os custos de produção começam a aumentar.
Um das principais formas de avaliar o preço “justo” de uma ação é por meio do seu índice preço-lucro (P/L). Os índices P/L tendem a ser mais elevados no período de expansão inicial, quando as taxas de juros estão mais baixas e as perspectivas de lucros mais altas. Observe que, no caso de ações cíclicas, os índices podem ser bastante elevados em uma recessão se os investidores preveem uma recuperação na economia em breve. Porém, a tendência de longo prazo também tem influência neste indicador. A década de 1990, por exemplo, foi considerada uma nova era de produtividade, com crescimento de lucros e baixa inflação/juros, o que promoveu uma grande valorização dos papéis (taxas de inflação baixas resultam em índices P/L elevados porque os lucros são mais “reais” e menos sujeitos a interpretações).
Pois bem, em uma análise rápida da matriz de Preço/Lucro, ali embaixo, alinhada ao percentual de Crescimento dos Lucros, podemos elaborar uma análise de sensibilidade para projetar o valor justo da carteira do Ibovespa, ou seja, o quanto o Ibovespa deveria valer sob essas condições. O valor mediano das variáveis atinge aproximadamente 73 mil pontos, correspondente a uma valorização de 24% para o próximo ano, contra um juro real esperado de 5,34%[1]. Lembrando que esse modelo trabalha com as premissas de uma queda da taxa Selic, ancoragem na inflação e nenhuma grande surpresa de ordem política no atual governo.
A grande questão é que a valorização de quase 40% em 2016 do índice Ibovespa esteve muito mais ligado a euforia política e diminuição do risco-país, do que de fato a fundamentos. A novidade é que em 2017 o investidor pode se sentir mais seguro para escolher papéis de maior qualidade e alinhados aos fundamentos macroeconômicos e microeconômicos de cada setor ou empresa, sem grandes sustos. O ano 2017 é deve ser o ano dos fundamentos.
Outra boa novidade, após algum tempo de ostracismo, é a possível volta dos IPO’s (estreia de novas empresas na bolsa) Estima-se que 20 novas debutantes estão a caminho em 2017Estes papéis podem render excelentes oportunidades de investimento. Figuram no hall nomes como Unidas, Movidas, Carrefour, XP Investimentos, Bio Ritmo, e IRB. Todas estas são empresas grandes, que atraem a atenção do mercado. Em uma bolsa com poucas empresas, 20 novas é uma excelente notícia para o investidor.
Nem tudo são flores quando o assunto é bolsa:
Apesar de um cenário animador para a bolsa em 2017, é sempre bom lembrar o pequeno investidor que investir na bolsa sem muito conhecimento está correndo muito risco, para dizer o mínimo. Tem a volatilidade diária dos papéis, que pode te deixar um pouco nervoso…Outro perigo é se expor demais a duas ou três ações e ter o portfólio muito concentrado, o que pode gerar problemas em momentos de águas bravas no mercado.
Por isso é sempre importante diversificar a carteira, um pouco em bolsa e um “poucão” em renda fixa, afinal de contas ainda somos o país com o maior juro real do mundo. Então, para o pequeno investidor, o ideal é sempre apostar no variável mas com a proteção do certo, em outras palavras, da renda fixa.
E para fazer o balanceamento correto entre risco e retorno é preciso tempo e planejamento, por isso o ideal para o pequeno investidor é se expor a bolsa via um ETF, uma espécie de ação que acompanha o índice Ibovespa. Então se a bolsa ganha 10% o ETF reflete esses 10% para o investidor, sem que ele tenha acompanhar (freneticamente) as mais de 30 ações que compõe o índice Ibovespa. E também montar sua carteira com títulos públicos, apesar do universo de títulos ser bem menor do que 30 opções, ainda sim pode ser difícil escolher qual o melhor título para o momento.
Como investir nesse cenário?
Para resolver todas essas questões existe a Vérios, que traz um sistema bastante engenhoso para montar e administrar a sua carteira. Você simplesmente responde algumas simples perguntas no simulador de investimentos sobre o seu perfil de risco, e o algoritmo vai montar a melhor combinação de títulos públicos e ETF de ações, combinando o melhor dos dois mundos: a segurança da renda fixa, com o retorno que só o Brasil tem, e ainda o potencial de valorização das ações em um momento que elas podem ter uma performance acima da média dos últimos anos. Com uma taxa bastante vantajosa, que já discutimos aqui, e também um robô (ou seja, um conjunto de algoritmos) que ao longo do tempo vai alterando a composição da carteira e fazendo os reinvestimentos, de forma a sempre maximizar o seu retorno. Na pior das hipóteses, mesmo se a bolsa não se mostrar um bom investimento em 2017, você ainda vai ter a renda fixa com rendimento garantido.
2017 parece ser o início da longa retomada da economia brasileira; então por quê não retomar ou iniciar uma carteira inteligente de investimentos?
Notas
[1] Utilizando a expectativa da taxa Selic e do IPCA para o final de 2017. Dados do boletim focus de 02/01/2017.