Você sabe o que são NFTs? Um guia para entender tudo sobre esses tokens!

Com chances não desprezíveis podemos supor que você abriu esse artigo para entender como imagens de arte digital atingiram o patamar de vendas na casa dos milhões de dólares. 

Mas, garantimos: as NFTs constituem uma verdadeira inovação e sua utilidade vai muito além do mercado de arte digital. Mais do que isso, as NFTs vieram para ficar e te mostraremos como elas são úteis muito além do hype que se criou em torno delas. 

Vamos lá!

O que são NFTs?

NFT é a abreviação para non-fungible tokens em inglês. Esse tipo de token representa, em termos práticos, a atribuição de identificação única e específica de algum item, além de permitir que o histórico desse item seja transparente e, em função de tudo isso, seja mais fácil não apenas atribuir valor a isso como também comercializar para quem quiser.

Um projeto do universo cripto bastante relacionado com esses itens é o Bored Ape Yacht Club, que é uma plataforma na qual é possível produzir NFTs os disponibilizarem para venda. Nessa plataforma é possível comprar e vender os NFTs para tê-los em uma coleção pessoal ou revendê-los de acordo com oportunidades de mercado. 

Inclusive, são vários os casos de famosos e celebridades que possuem NFTs em seu portfólio de ativos, como é o caso do Neymar e Jay-Z.

NFTs e o mercado da arte

Talvez você ainda não tenha se convencido sobre a utilidade dessa tecnologia, mas um exemplo bastante real pode ajudar a explicar sobre como isso pode ajudar no futuro quando o assunto é o mercado da arte.

Imagine que existe uma famosa galeria de arte nos Estados Unidos, em uma área rica de Manhattan. Nela, criadores de grandes empresas e herdeiros de negócios relevantes se reúnem para discutir sobre arte e adquirir peças exclusivas por alguns milhões de dólares. Ninguém desconfia da idoneidade dos artistas presentes e nem das peças vendidas, porque, afinal de contas, trata-se de uma respeitada e tradicional galeria.

Porém, em algum momento, começam a desconfiar que as peças ali vendidas como sendo de grandes artistas são, na verdade, cópias. Decepção, uma corrida de processos e o sentimento de “fomos tapeados”. Isso já aconteceu em Nova York e foi retratado em um documentário disponível na Netflix chamado Fake Art.

Sabe qual a diferença que NFTs poderiam ter feito nesse caso? Se essas obras pudessem ter sido catalogadas, inseridas em uma rede blockchain e depois transformadas em NFTs, todas as pessoas teriam possibilidade de verificar a procedência sobre  os principais aspectos de criação da obra, histórico de quem já teve sua propriedade e até o valor de mercado. Sairia de algo dependente exclusivamente de confiança e entraria para o campo das coisas pelas quais compramos e vendemos com critérios objetivos.

A sensibilidade da arte pode continuar, é claro, cada um atribui valor de maneira diferente nesse campo. Mas, com as NFTs, dificilmente as pessoas seriam enganadas, principalmente se tivessem como conferir as informações em uma rede “talhada na pedra” como é o blockchain.

Qual a diferença entre NFTs e criptomoedas?

Antes mesmo de falar da diferença, cabe apontar a semelhança entre os dois: são ambos tipos de tokens, representações digitais disponibilizadas no universo cripto. Porém, a diferença que existe entre os dois está relacionada à função principal de cada um: as criptomoedas são principalmente tokens de pagamento, enquanto NFTs geralmente têm relação maior com a utilidade e a exclusividade (ou, em termos técnicos a sua não-fungibilidade – que é a condição de ser único e não substituível)..

Em bom português, enquanto as criptomoedas são utilizadas como meios digitais de executar tarefas que moedas fariam (como meio de troca, unidade de conta e reserva de valor), os NFTs são utilizados como meio de identificação específica de itens para que sejam colecionados e, eventualmente, disponibilizados para venda em mercados específicos.

Ainda mais diretamente: criptomoedas são como o dinheiro em forma digital, no qual você não está reparando na utilidade de cada nota em específico mas no valor de face dela, enquanto NFTs estão na outra ponta, aquela na qual você tem interesse direto em especificidades daquele item.

Qual a relação entre NFTs e o metaverso? 

Metaverso é, de maneira bastante resumida, a inserção humana mais direta possível em ambiente virtual, com possibilidades bastante expandidas com a ajuda da internet e da Web 3.0. NFTs entram aqui como sendo itens que podem ser utilizados dentro desse novo universo.

Tanto os NFTs quanto o próprio Metaverso são conceitos em expansão e plena revolução nos dias de hoje, mas a associação entre os dois envolve basicamente o ponto de que, enquanto o Metaverso seria o ambiente virtual em que as relações acontecem, NFTs seriam os itens específicos e exclusivos comercializados e utilizados pelas pessoas que estão dentro desse universo.

Cabe apontar que no Metaverso não existem apenas itens exclusivos, numerados e devidamente identificados, mas, se a princípio os NFTs parecem ser itens que não são tão observados em utilidade no mundo real, é justamente nesse mundo virtual que eles ganham muito mais utilidade e presença.

Qual a utilidade dos NFTs?

Seja dentro do mundo das artes e itens exclusivos ou não, a principal utilidade dos NFTs é permitir, de maneira digital, acessível e identificável, que itens com especificidade sejam encontrados, catalogados e mais facilmente comercializados.

Tal qual com uma rede blockchain podemos verificar grandes movimentações de itens iguais dentro de uma rede – como por exemplo os itens de estoque de uma grande rede varejista, no qual as quantidades representam fator relevante -, com NFTs podemos verificar a especificidade de itens dentro de uma mesma necessidade.

O exemplo que apresentamos do universo da arte exclusiva, de artistas cujos itens valem milhões de dólares, é uma representação bastante direta de qual poderia ser uma função bastante aplicada ao mundo real da tecnologia trazida pelos NFTs. Em todo caso, para além dessa enorme potencialidade, esse tipo de token já se encontra bastante presente no metaverso e também em itens digitais exclusivos que as pessoas podem encontrar hoje digitalmente.

Só é possível encontrar NFTs comprando ou dá para criar?

Na verdade existe uma possibilidade adicional pela qual você consegue encontrar NFTs, colecionar esses itens e eventualmente vendê-los: jogando. Sim, existem jogos que permitem que você, durante o momento em que vai passando de fases e explorando os espaços, tenha acesso a ganhos em criptomoedas e também em NFTs.

Isso significa que é possível comercializar o seu avatar do jogo (que possui características específicas que lhe dão valor), como terras e equipamentos dentro de jogos no metaverso, a exemplo do The Sandbox. Todos esses itens são NFTs. 

Então, sobre essa pergunta: não, não é preciso necessariamente comprar NFTs, é possível que você os obtenha de forma diferente, como por exemplo com jogos que distribuem itens exclusivos a quem executa determinadas missões dentro dele ou mesmo na comercialização das personagens que vão evoluindo dentro do jogo. Já pensou que interessante poder converter horas de jogo virtual em ganhos com o universo cripto?

É claro que você precisa verificar os prós e contras dessa atividade, mas vale desde já apontar que isso acaba sendo mais interessante do que apenas o universo de jogos que não consegue te entregar tais benefícios.

NFTs: potencial enorme ainda a ser desdobrado

Acreditamos com sinceridade que você, com chances não desprezíveis, chega ao final desse artigo pensando de maneira um pouco diferente do que deve ter começado quando começou a ler aqui. Algum eventual preconceito de que “são só imagens que pessoas pagam caro e não faz sentido nenhum” pode ter caído por terra. 

E, quem sabe, talvez isso seja útil até para criar alguma solução para o que você faz todos os dias para viver.

A tecnologia trazida pelos NFTs embute em si algo que vai muito além do próprio valor de mercado de cada um deles, que é a possibilidade de criar um histórico real, rastreável e identificável de itens específicos. Já pensou na quantidade de problemas que isso pode resolver no futuro?
Ah, e não se esqueça: para demais assuntos interessantes do universo cripto, não deixe de conferir os demais artigos aqui dessa coluna e lá do Blog da Bitso!

Caio Augusto

Formado em Economia Empresarial e Controladoria pela Universidade de São Paulo (FEA-RP), atualmente cursando o MBA de Gestão Empresarial na FGV. Gosta de discutir economia , política e finanças pessoais de maneira descontraída, simples sem ser simplista. Trabalha como diretor financeiro de negócios familiares no interior de São Paulo e arquiva suas publicações no WordPress Questão de Incentivos. É bastante interessado nos campos de políticas públicas e incentivos econômicos.
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