Leonardo da Vinci – Walter Isaacson

Escrever sobre a biografia de Leonardo da Vinci foi uma tarefa muito mais complicada do que havia imaginado. Minha intenção é fazer uma recomendação enxuta, mas com uma visão personalizada e ao mesmo tempo com alguma aplicação na nossa realidade. Pois bem, nessa obra, seriam necessárias várias páginas.

Decidi omitir várias observações para não alongar demais o texto. Ao mesmo tempo, achei válido mencionar essa informação para que o leitor de fato leia a obra e confira na íntegra a história. “Mona Lisa”, “A Última Ceia” e “O Homem Vitruviano”. Provavelmente é o que pensamos ao ler ou ouvir o nome de Leonardo. Mas afinal, além dessas obras, o que mais fez Leonardo? Mais ainda, onde realmente estava sua genialidade?

Pelo menos para mim, antes de ler sua biografia, as respostas para essas perguntas não eram triviais. Após a leitura, vi que sua genialidade é observada por comprovar uma das frases mais famosas de Einstein (outro gênio): “Imaginação é mais importante que conhecimento”. Na realidade, Leonardo ainda provou que essa frase poderia sim estar incompleta, pois além da imaginação, ele tinha outro fator também mais importante que conhecimento: curiosidade. Leonardo, ao querer saber de tudo, juntou ambos.

É muito comum as pessoas procurarem fazer alguma especialização, inclusive é exatamente esse o conselho de muita gente para quem está próximo de completar uma graduação. Afinal, vários textos de especialistas de gestão de carreiras falam que precisamos ter foco. Leonardo contrariou isso tudo ao provar que era possível ser destaque em tudo que lhe causasse interesse de compreender.Teve notoriedade em vários tipos de arte, como música, teatro, poesia e principalmente na pintura.

Na área técnica, trabalhou como engenheiro militar, físico, matemático, arquiteto, idealizou projetos de desvios de cursos de rios e foi inovador no desenho de mapas. Também fez estudos na medicina ao dissecar vários cadáveres por querer entender a anatomia do corpo humano e alguns de seus mecanismos. Estudou ainda, exaustivamente, fenômenos ópticos e o comportamento da luz na formação de penumbras e sombras. Esses fatos, na minha opinião, já seriam o suficiente para destacá-lo em toda a humanidade até hoje, mas não para por aí.


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Apaixonado pela estética, Leonardo se dedicou a tudo isso que foi mencionado com algo a mais: buscava enxergar e colocar beleza em tudo. Isso é crucial para entendermos sua genialidade. Detalhista, queria que suas pinturas fossem representações fiéis da realidade, cientificamente falando. Com os conhecimentos adquiridos acerca da musculatura e da geometria do corpo humano, procurava aplicar o que havia aprendido em seus desenhos. Some a isso os efeitos de sombreamento causados pela posição do objeto desenhado em relação à luz, representado pela adição do pigmento preto à tinta usada, variando a intensidade de acordo com a incidência da luz. Perfeito o suficiente? Ainda não, pelo menos não para ele. Leonardo criou uma técnica de pintura chamada sfumato, em que borrava os contornos dos seus desenhos. Até aquela época, o comum era delimitá-los por um contorno bem definido, mas na realidade, o olho humano não enxerga nenhuma linha contornando os objetos. Era exatamente esse o motivo que levou Leonardo a desenvolver essa técnica; seu desejo era tornar sua pintura mais próxima da realidade, e, a essa altura, o leitor já deve ter percebido que essa “aproximação” é em todos os sentidos.

Leonardo conseguiu aplicar vários campos do conhecimento, a princípio sem relação, em uma obra de arte. Teorias estáticas e objetivas, juntas, deram vida ao que há de mais incrível na História da Arte. Tratando-se desse verdadeiro gênio da história da humanidade, há ainda que mencionar um certo tom de mistério de algumas de suas obras, que colaboram para aumentar ainda mais a beleza de suas criações.

Voltando ao início, agora fica mais claro de compreender o porquê da frase dita por Einstein estar incompleta. Leonardo conseguiu, de forma brilhante, juntar sua curiosidade imensa pelos detalhes e pelos fenômenos da natureza com sua imaginação e criatividade para pintar quadros que amplificam o conceito da palavra perfeição na arte da pintura. Será que teria chegado tão longe apenas com o conhecimento, a perícia? Tenho minhas dúvidas. Dispenso responder se é válido ler sua biografia.

Boa leitura!

Eduardo Scovino

Estuda Engenharia Química na UERJ e é outro economista de coração. Já trabalhou em Operação no meio fabril, mas acabou se rendendo ao jargão “It’s the Economy, stupid!”. Dentre as principais causas que defende, estão a Economia de Mercado, a Destruição Criativa, Finanças Pessoais e Reciclagem. Acredita ainda que é possível uma solução que englobe essas duas últimas. Nas horas vagas, também é remador, frequentador de shows de metal e está sempre pronto para uma roadtrip.
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