86% dos usuários 3G brasileiros nunca se conectaram ao 4G

Nos últimos meses, tem se discutido cada vez mais a possibilidade da instalação do sistema 5G e todos os benefícios que trará ao Brasil. Porém, um relatório divulgado recentemente pela OpenSignal aponta que muitos usuários de telefones móveis nunca sequer se conectaram ao 4G, e ainda são dependentes das antigas redes 3G. Segundo a pesquisa realizada pela empresa britânica no mês de outubro do ano passado, aproximadamente 86,6% dos usuários que utilizam a internet 3G nunca se conectaram em uma rede de quarta geração, que é mais rápida e moderna – e por um motivo bem simples: eles não aderiram a um plano que oferece o serviço.

O estudo aponta que esses usuários têm smartphones que são compatíveis com a tecnologia, e que eles passam boa parte do tempo em áreas de cobertura, porém não se conectam às redes 4G. Outro motivo apontado pela OpenSignal para os usuários não utilizarem a tecnologia é o fato deles terem desabilitado o 4G dos seus aparelhos por conta das altas taxas cobradas pelas operadoras no Brasil para se utilizar o serviço.

Dessa forma, ao optar por uma rede de internet defasada, esses usuários acabam tendo uma experiência muito inferior, tanto em velocidade de downloads ou de upload. A taxa média de download em uma rede 3G é de 5,8 Mbps, enquanto no 4G ela alcança os 19,5 Mbps. Por isso, ao escolher uma rede de internet mais atual, há uma melhora significativa em serviços de streaming, jogos online e transações digitais, assim como quando usuários decidem que investir em FOREX é confiável e começam a prática – no último caso, uma boa conexão é imprescindível, já que não dá para perder um minuto nesse tipo de mercado.

Ademais, o relatório aponta que uma quantidade pequena de aparelhos não são compatíveis com a rede de quarta geração, o que dificulta o acesso dos consumidores à tecnologia. Aproximadamente 5,9% dos usuários não têm um smartphone compatível com esse tipo de conexão, mesmo estando em uma área de cobertura. Já 7,2% dos consumidores têm o aparelho compatível com a rede de quarta geração, mas moram em locais onde ela não está disponível. Então, a OpenSignal chegou à conclusão que a falta de adesão à rede de quarta geração não é falta de cobertura, e sim o alto custo do serviço cobrado pelas operadoras.

Atraso no 5G

A tecnologia 5G vem encontrando alguns empecilhos para ser instalada no Brasil, e  à previsão de que haja o leilão dessas faixas de frequência ainda neste primeiro semestre – porém, para que a rede seja completamente implementada, pode levar cerca de dois anos. Esse atraso se deve a uma exigência presente na minuta do edital que impõe a necessidade de limpar a faixa de 3,5 GHz, uma das frequências que estarão disponíveis no leilão.

Essa tal limpeza nada mais é do que a migração das pessoas que utilizam TV via antena parabólica, que fazem o uso da frequência de 3,5 GHZ, para uma faixa superior. Dessa forma, o gasto para tal operação está estimado em R$ 3 bilhões, de acordo com a Conexis, empresa representante das operadoras no Brasil. Uma limpeza de frequência já foi realizada há um tempo atrás, quando migraram o sinal da TV analógica para a TV digital, e essa alteração levou cerca de dois anos para ser concluída.

De acordo com fontes que trabalham no setor das telecomunicações, esse procedimento é muito complexo, já que é necessário criar uma rede de fornecedores, treinar trabalhadores, além de burocracias diferentes em cada estado brasileiro no momento de negociar a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Segundo a minuta, as operadoras terão no máximo 300 dias após a permissão de uso da frequência de 3,5 GHz, para deixá-la limpa nas capitais e Distrito Federal. Mas, elas só são obrigadas a ofertar o 5G a partir de 31 de dezembro de 2022.

Mariana Ferraz
Redatora


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