Ainda não batemos no fundo do poço: A queda livre da indústria e do emprego

Fonte: FIESP - Elaboração Própria Fonte: FIESP – Elaboração Própria[/caption]   A ideia deste curto artigo é mostrar o quão fundo está a indústria nacional e quais os efeitos desta queda sobre o emprego nacional, com ênfase na indústria de transformação. A conclusão, já adiantando, é a que ainda não chegamos ao chão. Pela métrica do inverso da produtividade, já produzimos a mesma quantidade atual com 1,7 milhão a menos de trabalhadores, em 2006. O que indica que ainda existe imenso espaço para piora, uma vez que já produzimos a mesma quantidade com um número menor de trabalhadores. Em um setor que emprega hoje 7,8 milhões de trabalhadores. [caption id="attachment_5359" align="aligncenter" width="956"] Fonte: IBGE e MTE – Elaboração Própria[/caption] Caso essas vagas sejam de fato fechadas e levando em consideração a estabilidade no estoque de vagas nos demais setores da economia e a taxa de participação da força de trabalho constante em 61,4%, o desemprego[1] da economia passaria de 8,8% para 10,57%[2]. Outra trágica conclusão exibida pelo gráfico é o número de empregados que aumentou [e muito], enquanto o nível de produção cresceu a taxas bem menores. E como está a cabeça do empresário industrial? O índice de confiança está menor ou igual ao da crise e o índice de expectativa é o mais baixo da história e parece que está indo ladeira abaixo também. Portanto, sem recuperação a vista. [caption id="attachment_5360" align="aligncenter" width="950"] Fonte: CNI – Elaboração Própria[/caption] Como já foi dito e mostrado com os dados, não resta dúvida que a indústria é o setor da economia que mais tem sangrado em uma hemorragia difícil de ser contida, mas uma hora o sangue vai acabar. Existem duas formas possíveis: a doente sangra até a morte e amarga uma profunda depressão econômica, ou se inicia um verdadeiro esforço de mudança estrutural na economia brasileira. Até lá enquanto o sangue escorrer, só nos resta torcer pelo melhor. Notas: [1] Dados da PNAD contínua (IBGE). [2] A análise aqui é puramente estática e não dinâmica, logo nada pode-se afirmar sobre a trajetória temporal das variáveis macroeconômicas aqui discutidas.

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