Leonardo Palhuca
A recente notícia de que a Souza Cruz, que possui capital aberto desde 1946, poderá fechar seu capital é mais uma nota triste para o moribundo mercado acionário no Brasil [1].
Mas o que está acontecendo para que cada vez menos empresas sejam atraídas para a Bolsa de Valores e até para que empresas considerem retirar suas ações de circulação?
Bom, alguns poderiam citar a recente desaceleração da economia brasileira, ou até mesmo considerar que o boom do mercado de capitais entre os anos de 2005 a 2007 não passou de um sonho de uma noite de verão. Mas aqui propomos uma explicação complementar: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
O gráfico abaixo indica o volume de desembolsos anuais em empréstimos do BNDES comparado com o volume captado em aberturas de capital na BM&FBOVESPA. Notem que após a crise econômica, o volume de desembolsos seguiu alto, enquanto as aberturas de capital não voltaram a ser atraentes.
Como ambas as fontes de financiamento são voltadas ao longo prazo, podemos ter aqui o famoso efeito crowding-out*.
Talvez bater na porta do BNDES seja menos trabalhoso e custoso que arrumar a casa e abrir suas portas para receber visitas.
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