Os Correios são deficitários?

Um gráfico dos resultados dos Correios desde 1999

O Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) é uma empresa que sempre geram discussões acaloradas entre seus defensores – e, portanto, da manutenção da organização estatal da companhia – e aqueles que defendem a privatização da entidade. A verdade é que o Correios está no mercado desde 1969, e nos seus 50 anos de vida, colecionou altos e baixos na trajetória turbulenta da Companhia.

Entre seus defensores ferrenhos, o argumento da função social da entidade comumente é lembrada, tendo em vista a obrigatoriedade de entrega de correspondências e encomendas em qualquer município brasileiro, o que gera inclusão dos cidadãos. Além disso, um resultado negativo financeiro eventual poderia ser justificado considerando essa função social da companhia.

Por outro lado, os críticos da atuação estatal nesse mercado dizem que os resultados pioraram demasiadamente nos últimos anos, além de problemas e fraudes financeiras no Fundo de Pensão dos funcionários (Postalis), além da qualidade na prestação de serviços ao cidadão. Importante destacar que, atualmente, os Correios possuem apenas o monopólio da entrega de cartas e telegramas, enquanto o envio de encomendas está mais próximo de um mercado concorrencial.

Como foram os resultados dos Correios desde 1999? O gráfico abaixo mostra a evolução dos resultados apresentados pela Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) nos seus Demonstrativos de Resultados:

*Apenas primeiro trimestre de 2019 Fonte: Correios -> https://bit.ly/2KPrF5p

 

Em geral, mesmo após trocas de governos entre FHC, Lula e Dilma, os resultados dos Correios se mantiveram no tempo, com o ápice em 2012, e atingindo mais de R$ 1 bilhão de lucro em apenas um exercício. Contudo, após esse ótimo resultado, o pior estava por vir. Uma sequência de erros de gestão, desmandos políticos, fraudes em fundos de previdência dos funcionários e outros pontos acabaram revertendo os lucros dos anos anteriores para prejuízos assombrosos. Apenas em 2015, os Correios apresentaram um prejuízo de pouco mais de R$ 2 bilhões, ligando a luz vermelha na gestão da empresa. Em 2016, novo prejuízo gigantesco: quase R$ 1,5 bilhões de destruição de valor.

Não à toa, muita gente tem defendido a privatização dos Correios. O governo atual da Jair Bolsonaro parece querer encaminhar esse processo de forma definitiva, embora não haja unanimidade sobre o tema em sua equipe ministerial. Será que os críticos dos Correios sentiram-se enfim aliviados? Ou a função social da entidade falará mais alto, e a empresa permanecerá estatal?

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