Café + Isolamento Social + Home Office = Oportunidades

Cenário estimula as habilidades de baristas dos consumidores

O isolamento social provocado pelo coronavírus conseguiu em pouquíssimo tempo o que muitas empresas que vendem café para uso doméstico pretendiam há uma década: que as pessoas voltassem a preparar café em casa.

A rotina das pessoas foi alterada: com o ritual do café da manhã em casa, as pausas no home office. E não só aumentaram o consumo da bebida, como aprimoraram o preparo. 

Se de início os consumidores compravam o café disponível na prateleira do supermercado, à medida que o isolamento e o trabalho remoto foi se estendendo, as pessoas passaram a buscar qualidade entre os cafés e na maneira de preparar essa bebida. 

Muitos desses apreciadores investiram em cremeiras, espumadores de leite, máquinas de café expresso e prensas francesas.

Longo, curto, tradicional ou expresso, com leite espumado ou vaporizado, segundo a Nestlé, os consumidores perceberam que podem fazer um café saboroso em casa, por um preço menor do que é gasto em cafeterias.

“Os consumidores estão tentando reproduzir o que obtêm em um café de cafeteria em casa”, observa Marty Thompson, presidente da Nestlé Coffee Partners, a divisão da Nestlé SA, responsável pela fabricação do Nescafé e também do café embalado da marca Starbucks.

Com a pandemia a indústria do café embalado, conseguiu em 7 meses, um número de novos consumidores, que levaria 3 anos para alcançar normalmente. “É nosso trabalho agora fazer com que eles se mantenham”, diz Thompson. 

O aumento das vendas de máquinas de café expresso e espumadores de leite, sinalizam que mesmo após a pandemia, muitos desses consumidores devem continuar fazendo café em casa, por se acostumarem com esse hábito. E também, ao constatar que suas habilidades de baristas melhoram muito, com as máquinas de uso doméstico que facilitam o preparo dos cafés.

Essas mudanças de hábitos impostas pelo isolamento, que beneficiaram o mercado doméstico de café, também se tornaram um pesadelo para o setor de cafeterias. Espaços tradicionais que estavam em um bom momento no mercado, não conseguiram se manter, foram impactados pela pandemia e fecharam.

O Sebrae revela em uma pesquisa realizada entre maio e junho de 2020, que a indústria alimentícia foi uma das que mais sofreu impacto com o coronavírus. A queda no faturamento chega a 60% em relação aos tempos sem pandemia.

Mesmo com o retorno do funcionamento autorizado, existem restrições e os efeitos da crise trazem desafios difíceis de serem superados. A diminuição no número de clientes, que acontece não só pelo distanciamento necessário, mas devido ao temor das pessoas em contrair o Covid-19, coloca em risco muitas outras cafeterias, em todo o país.

Redes de cafeterias fortes como Starbucks, que durante a pandemia fecharam centenas de lojas em todo o mundo, esperam se recuperar completamente no próximo ano fiscal. Além de funcionar no sistema drive-through, a Starbucks pretende abrir 2.150 novas lojas. A empresa se beneficiou do aumento nas vendas do café embalado da marca Starbucks, nesse período de isolamento.

Margareth Krinski
É redatora e possui certificações em webwriter (iMasters), inbound marketing (HubSpot) e marketing de conteúdo avançado (Universidade RockContent). Atua com conteúdo em diversos formatos para redes sociais, sites e blogs., com experiência na criação de ebooks e storytelling

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