Déficit e Inflação

Leonardo Palhuca

O debate sobre o efeito das contas públicas no nível de preços no Brasil está acalorado. Enquanto deputados e senadores que apoiam o golp…impeachment argumentam que Dilma Rousseff aumentou a gastança e arruinou a economia, os parlamentares a favor da democrac…da permanência de Dilma dizem que foram políticas para conter os efeitos da crise que era para ser uma marolinha.

Houve ainda a discussão se o Brasil vive (ou vivia) em dominância fiscal, um fenômeno no qual se o Banco Central tentar conter a inflação com aumento de juros, o tiro sairia pela culatra já que isso aumentaria (ainda mais) o gasto público com juros, retroalimentando a inflação.

Bom, é difícil estabelecer categoricamente se estamos, estivemos ou estaremos em dominância fiscal e se o aumento do gasto público sem as receitas para cobri-lo foi o maior responsável pela nossa ruína. Mas podemos ver rapidamente como as contas públicas andam com a inflação e se isso ajuda ou atrapalha o Banco Central em sua tarefa de manter o valor de nossa moeda (mais ou menos) intacto.

O gráfico abaixo mostra o nosso conhecido IPCA, o índice de inflação usado como meta pelo Banco Central e o nosso também conhecido resultado primário que nada mais é que a receita menos a despesa pública, excluindo o gasto com juros.

[caption id="attachment_6702" align="aligncenter" width="1232"] Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria.[/caption]

Bom, enquanto o resultado primário se mantinha estável, o IPCA oscilava para cima e para baixo, mas sem muito perigo em romper o teto da meta fixado em 6,5%. Mas foi só ignorarmos que o gasto público deve se manter condizente com a receita pública e gerando superávits para reduzirmos nossa dívida que o IPCA passou a namorar permanentemente com o rompimento do teto da meta. Até que…

É claro que houve outras políticas que afetaram a inflação no período, principalmente a atuação do Banco Central. Mas ainda acho que nesse mato de IPCA e resultado primário tem cachorro.

   
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