Estamos mais perto do fim da agonia?

Historicamente, há inúmeros exemplos de crises políticas que acabam ocasionando crises econômicas. Há, evidentemente, o caso inverso: quando desacertos na economia do país culminam em um desarranjo político generalizado.

Note que o caso brasileiro mistura um pouco das duas coisas: começou por equívocos sistemáticos na condução da economia, principalmente no governo Dilma I, o que culminou em uma desorganização das contas públicas, que por sua vez elevou o descontentamento com o governo, o que por si só aprofundou a crise econômica no Dilma II. Nem o analista mais pessimista acertaria o buraco econômico em que nos metemos, tampouco a confusão política instalada em Brasília.

Intervenções

Um aspecto que ficou latente nesta crise foi a desaprovação do empresariado com a intervenção do atual governo na economia. Reduções forçadas nas contas de luz, canetadas na taxa de juros, isenções de tributação para alguns bens de consumo são medidas com resultado no curto-prazo, mas que apresentam uma conta alta a pagar já no médio-prazo.

As expectativas dos agentes econômicos foram afetadas por essa conjunção de fatores, e isso se traduziu numa parada dramática na “roda” da economia (investimentos, gastos das famílias, vendas das empresas, contratação de mão de obra, etc).

O afastamento por até 180 dias da presidente Dilma pode, dessa forma, acalmar os ânimos dos consumidores e dos empresários. Mesmo que os fundamentos econômicos permaneçam os mesmos, as expectativas podem melhorar simplesmente pelo fato de o governo mudar.

|Artigo publicado no jornal Gazeta do Povo, na parte “Opinião”.|

 
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