Economia em Pílula – uma dose rápida de economia no seu dia | por Arthur
Tenha em mente uma coisa: acabar com o déficit de R$ 170,5 bilhões (ou 2,8 % do PIB) estimado pelo governo serve apenas para zerar o resultado primário do governo. Este é somente o tamanho do rombo atual. Anulá-lo, apenas fará o governo ficar com a conta zerada.
Por isso, devemos lembrar que apenas a conta zerada não será suficiente para uma trajetória saudável da dívida/PIB, abrindo espaço para quedas maiores da taxa de juros. É necessário retomar o superávit primário da ordem que se via antes, como perto de 3% do PIB em 2008 (ou R$ 181,8 bilhões, a preços de hoje).
Assim, o esforço fiscal deve ter como objetivo conseguir algo em torno de R$ 350 bilhões, que é a diferença do rombo atual e do cenário desejado. Algo superior a 6% do PIB.
Este é o tamanho da encrenca brasileira.
É obvio que apenas o ajuste fiscal não será suficiente, servindo mais como sinalização. Uma retomada da atividade e, portanto, da arrecadação, é essencial nessa nova jornada brasileira em busca da sustentabilidade de nossas contas públicas.
Passado o desafio fiscal, retornaremos a verdadeira batalha brasileira: a elevação do crescimento potencial do país.
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Arthur
Editor do Terraço Econômico