Podemos classificar os investimentos alternativos como uma forma de investir em ativos que estejam fora do mercado tradicional.
Entendemos como investimentos tradicionais as ações, renda fixa e equivalentes de caixa, por exemplo.
Já os investimentos em criptomoedas, commodities, imóveis, arte, vinhos, carros, diamantes e peer-to-peer lending, por exemplo, são considerados investimentos alternativos.
Alguns dos ativos considerados alternativos já estão disponíveis no mercado há bastante tempo e são bem conhecidos entre os investidores mais avançados: o capital de risco, da maneira como conhecemos hoje, existe desde a década de 1950.
Entretanto, há ativos relativamente novos e que ainda estão em expansão de acordo com a crescente demanda dos setores. Os royalties de música, por exemplo, só foram adicionados à categoria de investimentos alternativos da Associação de Empresas de Investimento do Reino Unido em 2019.
Por que os investimentos alternativos se tornaram populares?
Historicamente, o investimento em ativos alternativos sempre existiu, mas por muitos anos esteve restrito a investidores institucionais ou com alto patrimônio líquido.
De acordo com relatório da KKR, empresa de investimento global, investidores que possuem entre US$ 1 milhão a US$ 5 milhões têm até 24% de alocação em ativos alternativos.
O principal motivo que levou à popularização do investimento em ativos alternativos nos principais portfólios pelo mundo foi a procura pela diversificação, caracterizada como uma estratégia que visa diminuir o risco geral de uma carteira de investimentos.
E os investimentos alternativos são uma boa opção de diversificação por apresentarem uma baixíssima correlação com o mercado financeiro tradicional. Além disso, ao adquirir ativos alternativos, os investidores esperam obter retornos mais expressivos uma vez que este tipo de investimento possui baixa liquidez.
Um exemplo disso é o Ouro, que se encaixa em todos essas características, sendo considerado por muitos investidores um porto seguro dentro de seus portfólios.
Com o surgimento de novas alternativas líquidas, ETFs e fundos mútuos, essa forma de investir tem se expandido para os investidores do varejo.
Quais são os prós e contras desse tipo de investimento?
Falando em benefícios, podemos citar retornos não correlacionados com o mercado tradicional, o que nos leva a retornos mais altos, benefícios fiscais de acordo com a legislação vigente em cada país e uma significativa redução na volatilidade e baixa exposição a ciclos econômicos.
Entretanto, é importante também destacar os riscos relacionados a esse tipo de investimento. Podemos destacar uma menor liquidez, que tem como consequência a descoberta de preços desafiadora (mercados com poucos compradores e vendedores tendem a encontrar dificuldade para estabelecer um preço justo), e a não-padronização, o que leva a um custo maior com due diligence e originação.
Quais os ativos mais populares dentro do mercado de investimentos alternativos?
Fundos de hedge e private equity: são agrupamentos que incluem fundos de diversos investidores para explorar oportunidades no mercado.
Os fundos hedge, mais especificamente, de forma geral utilizam estratégias quantitativas mais complexas e com uso extensivo de algoritmos e negociação de alta frequência. No final de 2019, os fundos hedge gerenciavam aproximadamente US$ 3,2 trilhões para seus investidores.
Já os fundos de private equity são voltados para o investimento em empresas privadas, com o objetivo de reestruturar aquelas com baixo desempenho ou torna-las públicas por meio de um IPO. Um exemplo de subconjunto de private equity associado a investimentos em empresas em estágio inicial é o capital de risco.
Ambos os casos, apesar de serem bastante populares entre os investidores mais sofisticados, dificilmente estão disponíveis ao investidor médio.
Títulos públicos judiciais: Trata-se de uma ordem judicial de pagamento emitida pelo Tribunal de Justiça quando uma ação contra um órgão público ou governo transita em todas as instâncias jurídicas. A sentença envolve o pagamento de um valor em dinheiro para uma pessoa física ou empresa.
Esses ativos podem ser de natureza alimentar ou comum. No primeiro caso, são ações envolvendo o pagamento de salários atrasados, pensões, indenizações ou aposentadoria de servidores públicos. Os de natureza comum, precatórios referentes a ações envolvendo outros tipos de indenizações, como desapropriações.
Por lei, após a expedição esses títulos devem ser pagos em até dois anos: títulos emitidos até o dia 1º de julho devem ser pagos no ano seguinte e, após essa data, no ano subsequente.
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Empréstimo peer-to-peer: foi desenvolvido com o objetivo de facilitar empréstimos entre indivíduos e pequenas empresas que não tenham conseguido através dos meios tradicionais, ligados aos bancos. Essas plataformas reúnem tanto credores como mutuários, e utilizam algoritmos para avaliar o crédito dos mutuários e definir as condições.
Crowdfunding imobiliário: as plataformas de financiamento coletivo agrupam fundos de pequenos investidores para comprar um imóvel residencial ou comercial, fazendo o gerenciamento da propriedade, gerando renda através do aluguel, que em seguida é distribuída aos investidores.
Esse tipo de investimento, em geral, tem um fluxo de caixa mais estável e com uma menor exposição à economia real, seja através de um imóvel residencial ou comercial. Mesmo em momentos de crise econômica, os investimentos imobiliários seguem rendendo, já que o aluguel continua sendo pago.
Um dos benefícios de buscar plataformas de crowdfunding imobiliário são os baixos requisitos mínimos para investir.
Arte, vinhos, carros: esse tipo de investimento requer algum conhecimento no assunto em questão. O que todos eles têm em comum é a baixíssima correlação com outras classes de ativos ligadas ao mercado financeiro tradicional.
Criptomoedas: você com certeza já ouviu falar sobre esses ativos, já que as criptomoedas têm crescido muito na última década. Em abril de 2020, ao menos 5.430 moedas e token digitais estavam disponíveis no mercado. Entretanto, é importante ressaltar que a maioria deles não sobreviverá para ter sucesso como os Bitcoins, Ethereum e Ripple.
O que torna esse ativo tão atraente é a promessa de uma moeda global e descentralizada. Porém, no momento atual, o cenário regulatório ainda é desafiador, o que aumente significativamente o risco do investimento.
Forex: também conhecido como mercado de câmbio, forex é um mercado global descentralizado ou de balcão, dedicado ao comércio de moedas. De fato, é o maior e mais líquido mercado do mundo, com um volume médio diário de negociação superior a US $ 5 trilhões.
No Brasil, não é regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliáiros, que inclusive decretou stop order. Conforme relatado no site da autarquia:
“A área técnica da CVM detectou indícios de que a uma das empresas que atuava neste mercado, por meio do site www.iqoption.com, efetuava a captação irregular de investidores residentes no Brasil para a realização de operações no denominado mercado Forex (Foreign Exchange), em Contracts For Difference (CFD) e em opções binárias.
Sendo assim, a CVM determinou a imediata suspensão de veiculação de qualquer oferta pública de oportunidades de investimento em valores mobiliários.”
Os negociantes de moeda incluem governos e bancos centrais, bancos comerciais, outras instituições financeiras e investidores institucionais, corporações comerciais e especuladores de moeda. As negociações entre esses participantes do mercado podem ser extremamente grandes, envolvendo centenas de milhões de dólares.
Os investidores de varejo envolvidos no mercado cambial estão comprando e vendendo diferentes pares de moedas para lucrar com as flutuações de preço. Alguns dos pares de negociação mais negociados incluem EUR/USD, USD/JPY, GBP/USD e USD/CHF.
Investimentos alternativos são para você?
É fato que não existe investimento 100% seguro.
Entretanto, adicionar ativos alternativos no seu portfólio pode ser uma maneira inteligente de proteger o seu dinheiro.
O recomendado é que o investidor faça uma extensa pesquisa antes de tomar qualquer decisão.
Já publicamos aqui no blog um texto sobre a maneira mais inteligente de alocar seus ativos, mas de forma geral, o que recomendamos é que os ativos alternativos não ultrapassem 30% da sua carteira.
Investimentos alternativos no Brasil
No Brasil, esse tipo de investimento começou a se popularizar há alguns anos, com a chegada das primeiras fintechs especializadas nesse tipo de aplicação.
A Hurst Capital foi a primeira plataforma de ativos alternativos do país, e hoje já pode ser considerada líder no segmento na América Latina, com mais de R$400 milhões originados desde 2017.
Nosso principal produto são os títulos públicos judiciais, popularmente conhecidos como precatórios.
Acesse nossa plataforma e conheça.
Publicado originalmente em https://blog.hurst.capital/blog/o-que-sao-investimentos-alternativos