O Terraço te ajudando a estudar na gringa – EXAMES

Um dos filtros mais utilizados pelos departamentos de economia no exterior na hora da seleção para seus programas de pós-graduação são as notas são GRE e TOEFL, aplicadas pela Educational Testing Service (ETS). Na verdade, estes exames são um dos primeiros filtros utilizados pelos comitês de seleção, de maneira que, caso o candidato não obtenha a nota mínima exigida pelo departamento, será cortado da seleção. Logo, é importante estar preparado para essas provas. Vamos falar um pouco sobre cada uma delas.

O Test of English as a Foreign Language (TOEFL) é uma prova que irá medir seus conhecimentos referentes à língua inglesa. Isso porque esta é a mais utilizada pelos programas de mestrado e doutorado em economia, mesmo que o curso não seja em um país onde tal idioma não é a língua mais falada. Ela é composta por quatro seções e cada uma delas vale 30 pontos, de maneira que a pontuação máxima que o candidato pode obter é 120. Seu custo é de U$215,00.

A primeira seção é o reading e você terá que responder perguntas referentes a diversos textos, que podem tratar de temas ligados à literatura, biologia, história, geografia, etc. A segunda seção é o listening e nela você terá que responder a perguntas sobre temas tratados em algumas conversas. Elas podem ser entre um professor e um aluno, dois colegas de curso ou uma discussão durante uma aula. A terceira seção é o speaking, onde o candidato terá poucos minutos para dar sua opinião sobre algum tema que será apresentado. Por fim, a quarta e última seção é o writing e o candidato terá que escrever uma dissertação sobre algum tema proposto.

Há dois pontos importantes sobre o TOEFL. O primeiro é que, além de exigir uma pontuação mínima no somatório das notas das quatro seções, alguns departamentos exigem também notas mínimas para cada uma delas. Tais informações podem estar ou não disponíveis nos sites das universidades e, caso não, entre em contato com a secretaria da universidade. O segundo ponto é que existe uma série de maneiras de se preparar para esse exame, de forma que há ferramentas gratuitas (vídeos no YouTube, livros oficiais da ETS, etc.) e pagas (Magoosh, Grammarly, etc.). De qualquer modo é importante mirar em uma nota maior ou igual a 100, especialmente se você almeja departamentos mais concorridos.

Já o Graduate Record Examinations (GRE) é uma prova que irá medir seus conhecimentos de matemática básica e inglês. Vale ressaltar que a maior parte dos departamentos usa apenas as notas de matemática para a seleção, pois muitos candidatos já fizeram outros testes de proficiência em inglês. É bem sabido também que o peso do GRE para os departamentos europeus é menor do que para os norte-americanos, mas isso não significa que, caso você queira aplicar para alguma universidade europeia, deve negligenciar o teste. Na verdade, não exigir a nota do GRE é muito mais que uma exceção do que uma regra.

O valor do exame é de U$205,00 e é composto por três partes: verbal reasoning, quantitative reasoning e analytical writing. Na primeira, o candidato lidará com textos mais complicados que os do TOEFL, assim como exercícios mais elaborados. Por outro lado, os temas também não variam muito, dado que é comum que caiam assuntos relacionados aos temas do TOEFL. A segunda parte é, com toda certeza, a mais importante para quem gostaria de fazer uma pós-graduação em economia. São 40 questões de matemática básica, que serão divididas igualmente em duas seções e, em cada uma delas, você terá que resolver exercícios de ensino médio em 35 minutos. Caso você tenha obtido um (mau) bom desempenho na primeira seção, será (penalizado) recompensado com uma segunda seção mais (fácil) difícil do que a primeira. Ir para uma seção mais difícil é bom, uma vez que sua nota na prova pode ser maior do que se tivesse ido para uma segunda seção mais fácil. Por fim, na terceira, o candidato terá que escrever duas redações sobre um tema proposto.

Para os que já fizeram o exame da Anpec fica ainda mais fácil entender como a pontuação funciona. Sua nota dependerá de como os outros alunos foram, de maneira que os comitês de seleção estão preocupados com a sua posição na distribuição de notas. É natural, com isso, observar universidades dizendo que aceitam alunos que obtiveram uma nota superior na seção quantitativa a, por exemplo, 165, ou acima do percentil 90. Varia bastante de departamento para departamento a nota mínima, mas é bem como que lugares muito corridos exijam que o candidato quase que gabarite o exame (notas de 168 ou mais).

Tal como com o TOEFL, não tem mistério. Há uma série de ferramentas gratuitas e pagas que podem te ajudar, mas acho que vale a pena dar duas dicas importantes aqui. A primeira é: faça muitos exercícios, mas não todos. Caso contrário, você irá se desesperar e isso não ajudará em nada na sua preparação. Mais vale fazer muitas questões de maneira estratégica. Ou seja, veja em qual tipo de questão você perde mais tempo e/ou erra mais. A segunda dica é: não se compare! Você encontrará relatos de candidatos no YouTube dizendo que se prepararam em duas semanas e conseguiram a nota que precisam, ao passo que outros levaram meses e até mesmo anos para conseguir a nota mínima. Você irá progredir, mas isso não significa que será como seus colegas, ou, até mesmo, no tempo necessário para aplicar em um determinado ano.

É bastante comum ter que fazer uma ou as duas provas mais de uma vez. Por isso, coloque isso no seu orçamento. Outro ponto importante é em relação aos custos de envio dos resultados oficiais. O ETS lhe dará direito a enviar os resultados dos exames de graça para quatro centros, mas note que nem todos os departamentos, especialmente os europeus, exigem os resultados oficiais. Esse custo marginal é de U$47,00 (US$20,00 para o envio dos resultados do TOEFL e US$27,00 para os do GRE.).

Antes, apenas alguns locais ofereciam essas provas. Entretanto, com a pandemia, passou a ser possível fazer os dois testes em casa. Além disso, caso necessite fazer um dos testes novamente, é importante se programar. Tanto para fazer o TOEFL como GRE de novo, o candidato precisará esperar 21 dias e será cobrado o valor cheio novamente.

Mateus Maciel

É doutorando em economia da Universidade de Frankfurt 

 

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