Não sabemos se você que está lendo agora jogou videogame em alguma época da vida, mas caso tenha sido esse o caso, já parou para pensar em quanto dinheiro teria ganhado caso pudesse converter os avanços alcançados nos jogos em grana?
A recente mania de nome play-to-earn (em tradução livre “jogar para ganhar algo”) é a materialização disso no universo cripto.
Esse é um meio intermediário pelo qual vemos a efetivação do conceito de metaverso, porque na prática, nesse caso ainda há uma separação real entre o mundo em que as pessoas vivem e onde os jogos se passam, mas existe a conexão com base no que se ganha no jogo ter validade no “mundo real”.
E, além disso, criam-se os incentivos financeiros para que quem gosta permaneça mais tempo jogando e divulgue a possibilidade para amigos e conhecidos, gerando efeitos de rede. Vamos ver como isso acontece na prática neste artigo!
O que é play-to-earn?
Play-to-earn é um conceito de economia aberta existente em jogos digitais. Isso significa que, a partir dessa novidade, passa a existir uma ligação entre a pessoa que joga um jogo e o universo vivido dentro do jogo, não apenas de maneira passiva (controlar personagens) mas também de maneira ativa, através de recompensas que se conectam ao mundo real.
Dois fatores juntos contribuíram para o crescimento desse tipo de jogo nos últimos anos: em primeiro lugar o desenvolvimento de múltiplos projetos cripto e como segundo ponto os impactos trazidos pela pandemia.
Sobre o primeiro ponto, basta observar a retroalimentação entre interesse no universo cripto e a subida das cotações que vimos acontecer desde 2020. E em relação ao segundo ponto, temos mais pessoas procurando oportunidades de renda extra em um momento que era quase obrigatório permanecer em casa; com isso, jogos que conseguem fornecer isso chamam mais atenção.
O que é possível ganhar com play-to-earn?
São basicamente dois os tipos possíveis de recompensas para as pessoas que estão em jogos play-to-earn: criptomoedas e NFTs. Quando falamos em criptomoedas é mais direto, geralmente são moedas digitais utilizadas nos jogos, mas chegando ao ponto dos NFTs existe um detalhamento um pouco maior.
Novamente vamos relembrar os tempos de videogame, caso tenha sido esse o seu caso. Ao iniciar um jogo você começa com personagens básicos, sem adicionais, mas ao longo do caminho era possível conseguir alguns “itens” adicionais, que poderiam fornecer algumas vantagens ou características específicas para esse avatar.
A diferença daqueles itens com o que temos agora via NFTs é que esses itens são exclusivos e únicos.
Dessa forma, o que era uma “armadura de guerra” agora vira “a armadura de guerra de nome tal, pertencente a uma determinada pessoa” e tudo isso registrado na blockchain, transparente para quem participa dessa comunidade. Embora em um ambiente virtual, os itens exclusivos são realmente únicos e de propriedade das pessoas que os detém.
E como isso pode ser realmente possível? Através da tecnologia blockchain: todos os dados relativos a esses itens ficam devidamente armazenados no histórico das pessoas que jogam esses jogos.
Como converter os ganhos dos jogos em dinheiro de verdade?
Sejam criptomoedas ou NFTs os prêmios que os jogos oferecem a quem os joga, transformá-los em dinheiro envolve basicamente duas etapas: liquidá-los dentro da plataforma do jogo e em seguida trazer aquele montante para sua exchange ou para uma carteira cripto específica.
Pense novamente no caso da “armadura de guerra específica” que te apresentamos agora pouco. Dentro do jogo, em sendo uma economia aberta, existe um mercado para esses itens, no qual você pode vender os itens a alguma pessoa que quiser comprar.
A partir do momento em que você deseja fazer essa liquidação, coloca o item para vender e alguma pessoa irá comprar de você. Esse pagamento, logicamente, será realizado também via criptomoeda, em alguma que é utilizada dentro do jogo.
Tendo os recursos em cripto relativos àquela venda, o próximo passo é enviar esse montante para sua carteira e, no fim das contas, assim você terá transformado o recurso ganho dentro do jogo em disponibilidade financeira – que, se você quiser, poderá dentro da corretora ser transformado também em dinheiro fiduciário (como reais ou dólares) ou convertido em alguma outra criptomoeda da plataforma.
Alguns exemplos de jogos play-to-earn
As possibilidades de jogos que se encaixam no modelo play-to-earn são as mais diversas possíveis, mas temos três tipos que acabam servindo de base para diversos deles: jogo de aventura livre e conquista territorial (como os jogos Axie Infinity e Upland), jogo de batalhas (como são CryptoBlades e Thetan Arena) e jogo de cartas (como Splinterlands).
Referente ao primeiro tipo, a pessoa que entra para jogar precisa cumprir determinadas funções, mas tem certa liberdade de atuar dentro do jogo de acordo com o que desejar fazer. Em relação ao segundo tipo, o objetivo é vencer as batalhas. E sobre o terceiro tipo, a ideia é colecionar cartas especiais e “duelar” com elas.
Independente do tipo do jogo, todos eles possuem a lógica de criar personagens ou itens únicos que vão sendo aprimorados ao longo do tempo e ganham valor. No caso das batalhas ou de corridas, avatares que têm características que aumentam a chance de vitória valem mais do que os outros. Um novo jogador pode optar por comprar um avatar ou treiná-lo aos poucos, o que demanda certa curva de aprendizado, tempo e paciência.
Vale destacar que existe uma entidade chamada Play To Earn Online que avalia critérios diversos em relação a vários jogos e vai atualizando uma lista com eles. Mas, no fim das contas, se o seu interesse for apenas em jogar (e não necessariamente em conseguir uma renda extra com o que ganhar no jogo), vale a pena saber mais sobre a jogabilidade e a experiência que pode ter com cada um deles – e então escolher qual ou quais irá jogar.
Vantagens e Desvantagens do modelo play-to-earn
Em se tratando de um conjunto de possibilidades que vai além de simplesmente usar seu tempo ocioso, sendo algo que envolve até ganhar dinheiro de verdade, vale olharmos com mais detalhes sobre vantagens e desvantagens que o play-to-earn traz.
Comecemos pelas vantagens:
- Possibilidade de renda extra: é possível otimizar o tempo em que você ficaria “sem ter alguma atividade” conseguindo algum dinheiro enquanto distrai a mente;
- O céu (ou melhor, a imaginação) é o limite: assim como na economia real, uma economia aberta no mundo digital coloca na mesa um conjunto enorme de possibilidades e personalizações; basta ver quão amplo é o mundo dos NFTs;
- Aprender estratégias de venda e de jogo: engana-se quem pensa que apenas pessoalmente podem ser realizadas transações nas quais é preciso se pensar em negociação, com esses jogos as pessoas podem colocar conhecimentos e técnicas de venda em prática e aprender sobre isso.
Porém, nem tudo são flores. É preciso também ficar de olho nos pontos negativos:
- Ficar muito tempo para ganhar pouco: se o seu objetivo for de especificamente ganhar dinheiro, saiba que os ganhos podem estar abaixo do que você imaginava primariamente; pense como renda extra, não como algo que possa te “sustentar”, para evitar decepções;
- Quem chega antes bebe água fresca, mas quem demora a chegar pode demorar muito mais para conseguir benefícios dentro desses jogos – e talvez acabe moendo mais tempo do que imagina;
- Se não tiver objetivo, só gasta tempo (e tempo é dinheiro): é preciso saber o que você está fazendo; não é “apenas um jogo”, é uma inserção em uma economia aberta literal, não perca isso de vista!
Profissional ou amador: saiba analisar o custo-benefício
Tendo sido você uma pessoa que passou certo tempo da vida entre diferentes jogos de videogame, talvez esteja pensando até agora no que colocamos logo ao início do artigo. Realmente seria ideal o mundo em que tantas horas jogadas poderiam ser convertidas em dinheiro de alguma forma, não é?
Mas, convenhamos: com jogos de play-to-earn que demandam investimentos de literalmente centenas de dólares, é preciso parar para pensar um pouco antes de começar a colocar dinheiro. Você vai mesmo jogar? Tem algum objetivo de retorno financeiro a alcançar?
Uma coisa é comprar algum jogo na loja virtual do console que talvez você tenha na sua casa, outra bem diferente é se inserir no contexto de uma economia aberta. Há de se pensar minimamente, se não no aspecto do quanto se gastará em dinheiro, no tempo que você pretende passar nesses jogos. E tempo é dinheiro, jamais se esqueça disso!
Em todo caso, se você procurava uma oportunidade de ter um incentivo adicional para jogar algum jogo, existe aqui uma oportunidade interessante para pelo menos ficar de olho.
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