Por que voto em Henrique Meirelles?

Nascido em Anápolis, interior de Goiás, em 1945, Henrique de Campos Meirelles, formou-se em Engenharia Civil na Escola Politécnica de São Paulo (POLI-USP) em 1972 e obteve o título de mestrado na área de Administração na UFRJ em 1974. Mesmo ano que iniciou sua carreira no Bank Boston, instituição em que ficaria até a sua aposentadoria no setor privado, no ano de 2002.

Após iniciar sua trajetória no banco na área de leasing, Meirelles assumiu a vice-presidência da instituição no Brasil em apenas quatro anos. Como reflexo de sua competência, o atual presidenciável, foi convidado em 1984 pela Havard Business School para realizar um curso preparatório destinado a executivos que iriam assumir altos cargos em grandes corporações. Ainda no mesmo ano, Meirelles tomou posse no cargo de presidente do BankBoston no Brasil, posição na qual permaneceu por 12 anos, em um período com um cenário macroeconômico conturbado. Pelo sucesso do trabalho realizado no Brasil, Meirelles foi o primeiro estrangeiro a assumir a presidência mundial de um banco americano, no ano de 1996, tendo participação na fusão do BankBoston com Fleet Financial Group, resultando no FleetBoston Financial, instituição que presidiu até 2002, mesmo ano em que retornaria ao Brasil com objetivo de entrar na vida pública.

Filiado ao PSDB, inicialmente, Meirelles estava cotado para concorrer ao Senado Federal, mas por não ser tão conhecido pelo povo goiano, optou por se candidatar a Deputado Federal. Tendo como ideal usar toda sua experiência para ajudar no desenvolvimento do país, o então candidato ao Congresso, não economizou recursos próprios para atingir o seu objetivo, inclusive bancando boa parte de sua incansável campanha por todo o estado de Goiás. O resultado foi observado nas urnas: Meirelles foi, à época, o deputado mais votado do estado, com quase 200 mil votos. Contudo, após ter um resultado espetacular na campanha ao Congresso Nacional e sendo eleito Deputado, Meirelles abre mão da cadeira conquistada para se tornar um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil durante a última década.

Após o ano de 2002 ser marcado por uma turbulência do mercado, que temia a vitória de um candidato mais posicionado à esquerda, houve pressão inflacionária, fazendo com que o IPCA naquele ano fosse de 12,53%, bem acima da meta de 3,5% estipulada pelo Banco Central. Para acalmar os ânimos dos analistas, o então recém-eleito Presidente Lula da Silva, convidou Henrique Meirelles, um respeitado executivo do mercado financeiro para assumir o comando do Banco Central, para sinalizar ao mercado os compromissos em manter o Tripé Macroeconômico e garantir a estabilidade conquistada após a implementação do Plano Real.

Além da redução da inflação, sob o comando de Meirelles o BC obteve um grande acúmulo de reservas internacionais, gerando maior estabilidade – uma vez que a posição líquida da dívida externa se tornou positiva – algo bem visto por investidores internacionais, o que reduziu as pressões no câmbio. Assim, a taxa cambial que estava próxima a R$ 4,00 em 2002, alcançou o patamar de R$ 2,00 no ano de 2007, o que garantiu neste espaço de tempo, que a balança comercial brasileira se tornasse positiva.

Como reflexo das políticas adotadas e do bom reconhecimento do presidente do BC frente a investidores internacionais, o Brasil vivenciou um momento de redução da taxa de desemprego, e de crescimento do PIB por vários anos consecutivos a uma taxa média de 4% ao ano. Tal cenário, fez com que o país conseguisse, à época, enfrentar bem a crise mundial de 2008, com uma retração do PIB de apenas 0,2% em 2009 – uma queda menor do que a média do mundo – e crescendo históricos 7,6% no ano seguinte, entregando a economia brasileira a presidente seguinte em condições jamais vistas,  fazendo com que até a “The Economist”, com sua icônica capa do Cristo Redentor decolando, acreditar que o Brasil seria o país do futuro.

Chegamos a 2016. A esperança de ser o país do futuro está longe de ser aquela de 2009. Uma sequência de políticas econômicas e fiscais desastradas leva o Brasil a sua pior recessão da história. Além da vertiginosa queda de 3,8% no PIB  em 2015, a inflação e os juros altos junto ao cenário de crise fiscal, levou, assim como em 2002 uma desconfiança dos mercados sobre o risco do país. Após Michel Temer assumir a presidência, em 2016, Henrique Meirelles passou a ser o homem forte da economia, sob o comando do Ministério da Fazenda e, apesar do cenário político ser desfavorável e a desconfiança de boa parte da população sobre o novo governo, Meirelles conseguiu resultados relevantes como o crescimento do PIB no ano de 2017, o controle da inflação e a redução da taxa SELIC para o patamar de 6,5%, o menor em toda história.

Todos os indicadores macroeconômicos revelam que o Brasil está – ainda que lentamente – se recuperando da pior crise já enfrentada. Mas para finalmente sairmos deste período, é fundamental que tenhamos um presidente como Meirelles, que defenda compromissos reformistas  e responsabilidade fiscal como pilares fundamentais.

Depois dessa exposição acerca da impecável carreira pública de Henrique Meirelles, não é complexa a compreensão do porque ele é o candidato mais tecnicamente preparado para conduzir o Brasil novamente à decolagem exposta pela The Economist em 2009. Propondo as reformas pelas quais o país ainda precisa passar e mantendo as já feitas durante a época em que ocupou a cadeira de ministro da Fazenda.

 

Gabriel Hissnauer L. Britto  Graduando em Economia Empresarial e Controladoria pela FEA-RP/USP.

Victor G. Jorge  Graduando em Economia Empresarial e Controladoria pela FEA-RP/USP. e consultor de negócios em uma incubadora de base tecnológica.

 

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