Qual a melhor forma de diversificar investimentos?

Você já deve ter ouvido por aí que um portfólio seguro e resiliente é aquele que é diversificado. Mas o que exatamente isso quer dizer?

Quando falamos de investimentos, alocar todo o patrimônio em uma única categoria pode ser extremamente arriscado. É aquela velha história de não colocar todos os ovos na mesma cesta.

Mas por que diversificar é tão importante?

Vamos usar um exemplo bastante atual: imagine um investidor que começou a investir a pouco tempo. Juntou as economias de uma vida toda e escolheu aplicá-las em renda fixa.

A renda fixa é a queridinha do investidor iniciante por entregar um risco mais controlado.

Quando falamos de títulos do governo, por exemplo, é quase impossível que o dinheiro investido seja perdido, uma vez que não há qualquer perspectiva atualmente que indique um calote por parte do governo.

Isso só aconteceria caso houvesse um colapso da economia brasileira.

Esse tipo de investimento, de fato, já foi uma opção muito atrativa durante anos, já que historicamente o Brasil sempre pagou as maiores taxas de juros do mundo.

Mas esse cenário começou a mudar há algum tempo e, nesse ano, chegamos ao patamar mais baixo da história, com a taxa Selic abaixo dos 3% e com perspectiva de quedas ainda maiores.

Ou seja: sabe aquele investidor iniciante que alocou 100% do portfólio em renda fixa? Ele até pode estar relativamente protegido. Mas sua rentabilidade, hoje, é pífia.

Vendo sua rentabilidade escorrer por água abaixo, esse investidor resolveu começar a aplicar as estratégias de diversificação em sua carteira, e incluiu 60% de ações em seu portfólio, acreditando que assim, estaria protegido, mas também ganharia na rentabilidade.

Esse tipo de investimento por si só tende a ser mais arriscado que outras categorias (e é por isso que muitos especialistas recomendam que o investidor não coloque 100% do dinheiro em renda variável).

Por outro lado, como costuma acontecer no mercado financeiro, o risco é compensado com uma rentabilidade bastante atrativa, o que atrai muitos investidores iniciantes.

Acontece que investir em ativos ligados à Bolsa é estar sempre à mercê da volatilidade do mercado, que muitas vezes é imprevisível e depende de fatores externos. Nesse momento, podemos dizer que a crise sanitária e econômica resultado da pandemia da Covid-19 mudou muita coisa nesse cenário.

Companhias aéreas, por exemplo, têm vivido momentos de muita queda com a suspensão dos vôos e fechamento de aeroportos. Já fintechs e plataformas de e-commerce experimentam os dias de glória com o aumento das compras online.

De toda forma, 2020 não tem sido exatamente um ano bom para quem investe nessa categoria:

Portanto, o investidor que escolheu montar uma carteira com uma porcentagem maior de renda variável, além da fixa, até pode ter tido a sensação de que estava protegido e lucrando mais, mas na verdade, no cenário de 2020, ele saiu perdendo mais uma vez.

Qual seria, então, a melhor forma de diversificar investimentos?

Uma alocação de ativos inteligente tem o objetivo, é claro, de proteger seus investimentos. E uma forma interessante de aplicar essa estratégia é pensando nos benefícios de cada uma das classes de ativos que irão compor o portfólio.

Assim, você consegue aproveitar os momentos de alta de cada um dos ativos e não precisará se preocupar com as baixas, já que dificilmente todas as opções estarão performando mal ao mesmo tempo.

Por isso, é importante sim que haja um percentual investido em renda fixa e variável para que a carteira tenha a segurança de um e a rentabilidade do outro.

Entretanto, como já vimos acontecer na prática, só isso não basta.

Por isso, o que a maioria dos grandes investidores têm feito é incluir uma porcentagem de ativos reais em seus portfólios.

Alguns produtos dessa classe, como é o caso dos títulos públicos judiciais, possuem o mesmo risco dos títulos do governo e podem render até 7x mais que a renda fixa, tudo isso sem a volatilidade do mercado e o sobe e desce da Bolsa.

O gráfico abaixo representa a alocação ideal que estamos falando:

Geralmente, é dessa forma que os grandes investidores, os milionários mesmo, diversificam suas carteiras.

Dessa maneira, apostando em uma carteira diversificada que reúna essas três classes de ativos, é possível de fato aproveitar os benefícios de cada uma das aplicações e compensar o lado ruim.

É a verdadeira diversificação, diferente do que o mercado tenta te convencer.

Originalmente publicado em: https://blog.hurst.capital/blog/melhor-forma-de-diversificar-investimentos

 

 

Arthur Farache

Advogado e Empreendedor: mais de 12 anos de experiência em instituições financeiras internacionais e escritórios de advocacia (Citi e Machado Meyer). Criou diversas fintechs, inclusive a Desfixa - Renda Fixa, vendida em 2017 Estudou no Insper, Unifor e na USP.
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