1. As coisas não vão melhorar tão rápido
Aliás, elas tendem a piorar.
A economia não vai melhorar, por que quando chegamos ao fundo do poço, descobrimos um alçapão lá (O desemprego continuará a subir, a inflação continuará alta, a taxa de juros continuará nas alturas e não há muito o que se fazer no curto prazo). Acredite: o imbróglio político-fiscal vai demorar para ser resolvido, e quando o for, haverá um certo “delay” até as coisas se ajustarem e darem resultado. Após isto, haverá a necessidade de fazer reformas estruturais no país.
Se você estava com pressa para a recuperação do Brasil, puxe uma cadeira, sente e espere.
2. Se você é jovem e acabou de se formar, ou está se formando, o mundo será um cacto.
Você não vai poder abraçá-lo como imaginava.
Você é bom. Realmente bom. Já colocou “seus pais no bolso” em termos de preparo e formação. Mas o mar não está para peixe, já diria o sábio. O mercado está mais demitindo do que contratando.
Ai você dirá: “mas eu sou uma mão de obra boa e barata”, comparando-se aos mais velhos que estão empregados.
Sim, você é. Mas você não tem a experiência. E mais do que isso, os custos trabalhistas de demissão jogam contra você. O protecionismo ao trabalhador joga contra você. É caro demitir, é caro contratar.
Não são necessários muitos engenheiros agora que a maioria das obras estão paradas, sejam elas de infraestrutura, sejam de moradia. As grandes empreiteiras estão atoladas até o pescoço na lama da Operação Lava-Jato.
3. Pode ser que você não se aposente…
Tão cedo.
Faça uma previdência privada. Não estou fazendo propaganda. Estou te dando uma dica.
Ou seja rico.
Do contrário, se sua expectativa é terminar a vida sendo sustentado pelo governo, as coisas podem ser mais complicadas. A pirâmide demográfica nos diz que teremos mais velhos do que jovens no futuro próximo. Haverá muito mais gente para ser bancada por menos gente trabalhando. As pessoas estão chegando ao fim da vida muito mais tarde, portanto, tendo que ser sustentada por muito mais tempo.
As contas das Previdências são claramente insustentáveis.
Você vai ter que se aposentar mais tarde. Muito mais tarde. Se você aceita isto, te dou outra dica então: cuide de sua saúde. Mental e física.
4. Acostume-se a viajar menos
A taxa de câmbio não tende a cair tão cedo. Aliás, aqueles patamares de R$/US$ 1,60 ou R$/US$ 2,00 e alguma coisa não devem se repetir.
Mediante a crise, risco país, queda de preço de commodities, alta de juros americana, etc e tal, não veremos uma taxa de câmbio mais apreciada por um bom tempo. A economia brasileira não tem fundamentos para um câmbio daqueles.
Você vai ter que viajar menos. Acabou o Bolsa-Miami. A renda do brasileiro vai cair, por causa da recessão e desemprego, e a taxa de câmbio vai ser a cereja do bolo que vai te impedir (ou uma grande parcela) de conhecer Paris ou Roma. A boa notícia é que também pode não se desvalorizar muito mais, já que o ajuste das contas externas está praticamente encerrado.
[caption id="attachment_6165" align="aligncenter" width="595"]5. Este é o mais importante: Passe a acompanhar mais o debate político e econômico.
Nós chegamos onde chegamos por alguns motivos. Alguns que não são previsíveis e outros que serão contornáveis.
Lembre-se de como foi a eleição de 2014. As mentiras contadas, que logo em janeiro de 2015 já ficaram evidentes. Você teria sido enganado caso acompanhasse mais o debate? Acho que você sabe a resposta.
Não se deixe enganar, mais uma vez, em 2018. Você sabe que eles vão tentar.
6. Leia o Terraço Econômico.
Arthur