DESTAQUE TERRAÇO ECONÔMICO| INFLAÇÃO
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 0,35% no mês de junho, ficando próximo do esperado pelo mercado (0,37%, segundo o Valor Econômico) – lembrando que há uma forte sazonalidade no meio do ano, que sempre reduz as taxas mensais da inflação. O resultado mostra desaceleração diante do resultado de maio (0,78%), levando a inflação brasileira acumulada em doze meses a cair de 9,32% para 8,84% – mantendo a trajetória verificada recentemente. O avanço do indicador em junho resultou do arrefecimento dos grupos Alimentação (de 0,78% para 0,71%), Vestuário (de 0,91% para 0,32%), Transportes (de -0,58% para -0,53%) e Saúde (de 1,62% para 0,83%).
Os principais itens que impactaram no mês são:
i) Alimentação no domicílio (de 0,87% para 0,71%) com destaque para a deflação dos produtos in natura;
ii) A classe de despesa Transportes mostrou intensificação da queda do preço da gasolina (de -0,85% para -1,72%);
iii) Produtos farmacêuticos desaceleraram de 3,10% para 0,65%.
O destaque continua sendo a trajetória cadente dos preços administrado, ao passo que os preços livres ainda apresentam uma trajetória mais pressionada. Na abertura dos preços livres, destaque para o arrefecimento do IPCA de serviços, que sempre foi resiliente, mas não está suportando a pressão da recessão doméstica e do desemprego. Por sua vez, os preços industriais seguem em trajetória altista ao passo que os agrícolas, muito mais voláteis, vão respondendo as intemperes das safras.
Assim, embora a inflação esteja em trajetória cadente, as expectativas ainda não convergiram para o centro da meta em 2017 (para 2016 a meta, obviamente, já foi perdida), o que eleva as apostas da manutenção da taxa de juros em 14,25% por mais tempo, pelo menos até dezembro ou até o ano que vem, monitorando tanto o cenário doméstico quanto o externo.