Gustavo Tasso
A crise grega já não e mais novidade para ninguém, sua origem remonta aos erros básicos em operações matemáticas, gastar mais do que arrecada, e isso parece que tem se tornado um tanto quanto comum no Brasil dos últimos anos.
[caption id="attachment_2751" align="aligncenter" width="600"]Algumas similaridades:
Em 2009 quando a crise grega estava apenas no começo, as agências classificadoras de risco rebaixaram a a nota da Grécia, isto é colocando em dúvida o quanto a Grécia poderia arcar/pagar suas dívidas. Em 2014 devido a baixa perspectiva de crescimento e outros indicadores, as agências classificadoras de risco, reduziram a nota Brasil, de estável para negativa.
A Grécia possuía um crescente deficit da dívida pública. (8,9% em 2012; 9,6% em 2011 e 10,9% em 2010), e incríveis 15,7% no fim de 2009. No Brasil, pela primeira vez em dez anos o país não conseguiu gerar um superavit primário, para ajudar no pagamento de juros de sua dívida pública, e acabou 2014 com um déficit de aproximadamente R$ 33 bilhões.
A Grécia e o Brasil sofrem de outro problema , o exagerado funcionalismo público, com seus cargos vitalícios, e salários em muitos casos desproporcionais, contribuindo no processo de esvaziamento dos cofres públicos.
Com o desajuste nas contas gregas a Europa precisou intervir para evitar que o país quebrasse, mas exigindo em trocas as medidas de austeridade nada agradáveis. Torna-se necessários reduzir gastos e elevar arrecadação, e a receita para isso foi dolorida: corte de salários e empregos e elevação na tributação. População com menores salários, ou até sem emprego tendo que pagar mais impostos é um tanto quanto complicado.
Do outro lado da moeda os péssimos resultados apresentados pelo governo brasileiro já fizeram com que se elevasse a carga tributária(ainda mais) para salvar o país. Detalhe: a tal da pátria educadora já sofreu cortes de cerca de R$ 7 bilhões apenas na educação e o governo tem reduzido alguns direitos trabalhistas.
Em meio a esse conturbado cenário político e econômico, a Grécia elegeu Alex Tsipras do partido de extrema esquerda Syriza , que possui a árdua missão de contornar a situação da austeridade e ao mesmo tempo evitar que a Grécia tenha que sair do euro.
No Brasil a presidente foi reeleita , mas está tendo a difícil missão de arcar com a herança maldita deixada por ela mesmo, em seu primeiro mandato, tendo que administrar uma inflação acima da meta, alta do juros, redução da arrecadação, baixo crescimento econômico e ainda arcar com a pressão política da operação Lava Jato.
Espero que o Brasil mude sua postura em relação a sua administração pública, caso contrário provavelmente não teremos outra Angela Merkel para nos salvar…
Gustavo Tasso estudante da FEA – USP