O que são altcoins? Conheça as criptomoedas alternativas ao Bitcoin!

O universo cripto como conhecemos foi aberto com o Bitcoin, mas muitas alternativas surgiram depois dele. Altcoins são essas criptomoedas alternativas, projetos que foram surgindo com a ideia de aperfeiçoar funções ou até mesmo criar novos caminhos e utilidades.

De maneira bastante direta, altcoin é toda criptomoeda que não é o Bitcoin. Podemos dividir em duas partes: alt vem de alternativo e coin de moeda, ambos em inglês.

São milhares de altcoins existentes, mas para que você não fique apenas com a informação simples de que “são todas as que não são o Bitcoin”, vamos te apresentar detalhes adicionais neste artigo. Vamos lá!

Como são criadas as altcoins?

Durante a crise financeira de 2008, a figura até então desconhecida de Satoshi Nakamoto colocou no ar um white paper apresentando uma ideia de meio de pagamento e de transferência de valores fora do sistema financeiro tradicional e, alguns meses depois, estava em funcionamento o Bitcoin.

Mas e as criptos alternativas, como vieram?

Como já te contamos, são literalmente milhares de projetos. Seria muito pretensioso de nossa parte te contar sobre a origem de cada uma dessas criptomoedas. Porém, há uma simplificação que ajuda muito a entender o conceito de altcoins: esses projetos surgiram de basicamente duas maneiras diferentes.

Fork: quando um projeto deriva de outro

Sabe aquela situação em que uma ideia é boa mas precisa de ajustes e algumas pessoas se propõem a tirar isso do papel? Então, é mais ou menos dessa maneira que os forks surgem.

Hard Fork é a situação em que um projeto novo de criptomoeda surge da base original de outro que já existia. Do Bitcoin, por exemplo, surgiram: Bitcoin XT, Bitcoin Cash, Bitcoin Gold, Bitcoin Classic e até o Litecoin. Enquanto alguns desses projetos fracassaram, outros, como Bitcoin Cash, se tornaram ativos bastante difundidos no universo cripto.

Não é uma necessidade que um Hard Fork traga o nome do projeto anterior, mas sim é importante que ele conte com uma mesma base e esteja em uma mesma rede blockchain, ainda que com novas funções e possivelmente novos meios de processamento e validação de transações.

Blockchain própria: casa nova para começar do zero

Levando em consideração que a situação possa acabar demandando toda uma nova estrutura, o que acontece é que acaba nascendo uma nova blockchain e, dela, surge o novo projeto (ou mesmo novos projetos).

A grande diferença existente entre a blockchain própria e o hard fork é o fato de que, neste caso, há um custo maior para que a operação aconteça, já que tudo precisa ser iniciado do zero, não aproveitando nenhuma estrutura que já existia anteriormente.

Apesar disso, temos como vantagem que ambientes novos inteiros podem ser criados a partir dessas novas estruturas, dando vida a uma infinidade de outros projetos. Um deles é a rede Ethereum, que além de ser a rede de blockchain da segunda maior criptomoeda, Ether (ETH), ainda abriga uma grande quantidade de projetos.

Como funciona a mineração das altcoins?

Sobre a origem já comentamos, mas agora vale te falarmos um pouco mais sobre a mineração delas. Novamente nos deparamos com duas possibilidades!

Proof of Work (PoW): competição acirrada

Este módulo de mineração é o mesmo utilizado pelo Bitcoin, mas acaba aparecendo em diversos outros projetos. Seu funcionamento tem como base a execução de complexos cálculos matemáticos utilizando bastante capacidade computacional para validar as transações na rede e, assim, receber as unidades de criptomoedas como recompensa.

Neste módulo, acontece um fato curioso: a cada nova criptomoeda encontrada, a próxima unidade demandará ainda mais esforço para ser minerada. Para se ter uma ideia, 90% de todas as 21 milhões de unidades de Bitcoin demoraram 12 anos para serem encontradas, mas a previsão para que a última delas seja encontrada apenas no ano de 2140.

Em função disso, o que vemos acontecer nesse modelo de mineração é um consumo elevado de energia elétrica, o que faz dele um modo não muito ecológico – e inclusive levanta preocupações globais a respeito do quanto se gasta em energia nesse processo.

Proof of Stake (PoS): participação é o que faz a diferença

Lembra do que já conversamos sobre a necessidade de surgirem alternativas? Pois então, isso acontece até no meio como a mineração se dá: enquanto o outro método demanda muito esforço e vira quase uma “caçada pela próxima moeda”, pelo método Proof of Stake o que acontece é que quanto mais unidades de moedas a pessoa possui, mais ela tem capacidade de minerar.

Portanto, quanto mais moedas ou tokens alguém detiver, maior será sua capacidade de processar novos tokens, ou minerar. A única exigência é que a pessoa mantenha unidades da criptomoeda dentro da rede.

Como exemplo, temos a criptomoeda Cardano com esse tipo de lógica de mineração.

Quais são as principais altcoins?

Desculpe se isso soará repetitivo, mas vale relembrar outra vez: são milhares de projetos no universo cripto além do Bitcoin. Porém, tendo em vista poder facilitar o entendimento, vamos te apresentar agora alguns grupos que englobam diversas criptos alternativas e contar quais são os projetos expoentes desses grupos.

Como existe uma quantidade muito grande de projetos que surgem a cada determinado período de tempo, podem existir novas possibilidades que não estejam nos grupos abaixo, mas eles acabam abraçando boa parte do que se vê de mais destacado no universo cripto.

Ah, outro ponto que você pode encontrar é o fato de que um projeto pode se encaixar em mais de um grupo. A separação realizada a seguir, portanto, tem como intuito principal mostrar a “função principal” do projeto em questão.

Stablecoins: paridade com moedas fiduciárias

Talvez você tenha lido esse subtítulo e pensado: “mas a grande sacada das criptos não era justamente fugir do sistema financeiro tradicional?”.

Sim, mas esses meios alternativos podem surgir exatamente dando novas possibilidades sem deixar de acompanhar valores em moedas que são emitidas pelos bancos centrais (que são as moedas fiduciárias).

Alguns casos que se encaixam aqui são: Tether (USDT), USD Coin (USDC) e DAI.

Projetos com foco em pagamento

Com a criação do Bitcoin, a ideia original estava em permitir que as pessoas tivessem acesso a meios de pagamento que saíssem do supostamente fadado ao fracasso sistema financeiro tradicional. Existem diversos projetos que, diferentes dessa nave mãe por diversos motivos, também se propõem a missão principal de servirem como meio de pagamento.

São exemplos que se encaixam neste tipo os seguintes projetos: Bitcoin Cash, Litecoin, Ripple e Tether (que, como você viu no tópico anterior, também é uma stablecoin).

Criptomoedas que dão suporte a outras

Um tipo interessante de projetos é aquele em que vemos alternativas surgirem justamente para auxiliar no funcionamento de outras, permitindo que suas funções de fato aconteçam. Geralmente nesse tipo temos casos em que aquele novo projeto se faz presente para servir como “sistema de compensações” do outro principal.

Para que não fique parecendo papo de doido, vale explicar melhor (e não apenas citar) um exemplo. O projeto MakerDAO, que tem a criptomoeda MKR, serve como “banco de compensações” da stablecoin DAI. De maneira bastante direta, a “estabilização” do valor daquela stablecoin original depende da oferta e da demanda de DAI disponíveis no mercado.

Utilizando uma comparação com as moedas fiduciárias, é como se MakerDAO fosse o “lastro de ouro” de DAI, sendo então o projeto principal o próprio DAI, mas não funcionando caso MakerDAO não se faça presente.

Memecoins: sem limite para criatividade

Esse universo é tão amplo que tem espaço até para memes. É isso mesmo, você não leu errado: existem projetos que são dedicados apenas a itens que se popularizaram rapidamente na internet, podendo se encaixar em algum dos tipos anteriores ou mesmo ficando a cargo apenas de homenagens específicas.

Aqui neste caso os projetos mais famosos e lembrados são o Dogecoin (cujo símbolo é o meme Doge), o Shiba Inu (que faz homenagem a raça de cães de mesmo nome) e até mesmo Akita Inu e Samoyedcoin (também homenagens a cães).

Altcoins: alternativas não faltam!

Logo no início te contamos sobre como era muito simplista apenas dizer que altcoins eram os projetos do universo cripto que não eram o Bitcoin e, com todas as informações que levantamos nesse artigo, você certamente entende com mais clareza sobre quão ampla essa informação é.

Entender um pouco mais sobre altcoins é importante porque, dessa maneira, você acaba descobrindo projetos diferentes que podem se encaixar em objetivos que você tenha e, no fim das contas, acabar comprando alguns para sua ter em sua carteira justamente por esses motivos.

Só não se esqueça, antes de dar esse passo, de pesquisar direitinho! Conte conosco aqui nesta coluna para aspectos mais amplos do universo cripto e com o Blog da Bitso para descobrir mais diretamente sobre projetos em específico.

Lembre-se sempre: as melhores decisões são tomadas pelas pessoas que buscam a informação e a transformam em conhecimento!

Caio Augusto

Formado em Economia Empresarial e Controladoria pela Universidade de São Paulo (FEA-RP), atualmente cursando o MBA de Gestão Empresarial na FGV. Gosta de discutir economia , política e finanças pessoais de maneira descontraída, simples sem ser simplista. Trabalha como diretor financeiro de negócios familiares no interior de São Paulo e arquiva suas publicações no WordPress Questão de Incentivos. É bastante interessado nos campos de políticas públicas e incentivos econômicos.
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