Ruptura no Terraço #5

Ruptura no Terraço é uma colaboração de conteúdo entre The Shift, a plataforma de jornalismo de dados da ÍON 89 e Terraço Econômico. Neste espaço a disrupção tecnológica, especialidade da primeira, se une aos temas do segundo: economia e política.

Como medir o valor da economia digital?

Quanto você aceitaria receber para ficar um ano sem usar o Facebook? Ou um mecanismo de busca online? Ou seu serviço de streaming de vídeo predileto? Ou a internet por um ano inteiro? Ou o GPS e o Waze? Mais ou menos que a quantia que aceitaria receber para ficar por um ano sem água encanada ou saneamento básico?

Essas foram algumas das perguntas feitas pelos acadêmicos Erik Brynjolfsson, Avinash Collisa e Felix Eggersc, professores e pesquisadores da Sloan School of Management, do MIT,  do National Bureau of Economic Research, de Cambridge, e da Faculdade de Economia e Negócios da University de Groningen, na Holanda, para tentar descobrir uma nova relação de valores e métricas de bem-estar do consumidor na era da economia digital.

O estudo chama-se “Using massive online choice experiments to measure changes in well-being” e foi publicado recentemente na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Seu ponto de partida: a métrica para isso seria o excedente do consumidor – a diferença entre o que ele estaria disposto a pagar para ter um bem e o que lhe é cobrado de verdade. Mas em tempos digitais, onde muitos benefícios – como o Facebook ou o Google – têm preço zero, os impactos não se refletem no PIB nem nas estatísticas de produtividade.

Os pesquisadores então criaram uma forma de medir diretamente o bem-estar do consumidor usando experimentos massivos de escolha online e se focaram nas seguintes categorias: email, mecanismos de busca, mapas, comércio eletrônico, vídeo, música, mídia social e mensagens instantâneas. A métrica em dinheiro é quanto o consumidor está disposto a aceitar para ficar sem o benefício (WTA, ou Willingness to Accept).

As descobertas do estudo jogam uma luz muito interessante sobre o real valor das tecnologias digitais na vida dos cidadãos do século 21. Veja algumas delas (os valores em dólar foram convertidos para reais usando uma taxa de conversão de US$ 4,15):

Design comportamental combate ansiedade

Abraçar a automação e a inovação tecnológica e superar as desconfianças e temores do consumidor sobre novas tecnologias é um dos maiores desafios das empresas na economia digital. E a ajuda para superá-lo pode estar no design comportamental.

Cada vez mais, as empresas precisarão entender os fundamentos psicológicos das ansiedades dos consumidores e usar o design para lidar com elas. A ordem é criar produtos, recursos, interfaces e mensagens que respondam aos vieses cognitivos que tecnologias como inteligência artificial (IA), robôs, veículos autônomos (AVs), realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) provavelmente desencadearão nos indivíduos.

O viés  da ilusão de controle, por exemplo, nos predispõe a querer sentir que mantemos o controle mesmo em situações nas quais já não o temos. Há truques tecnológicos para contornar essa ansiedade. Nos Estados Unidos, uma lei federal determina que as portas dos elevadores fiquem abertas por no mínimo 3 segundos, portanto o botão “fechar a porta” não afeta o tempo do fechamento, mas serve para dar aos usuários uma sensação de controle.

Da mesma forma, 20% a 40% dos botões de faixas de pedestre em todo o Reino Unido são falsos, e as luzes verdes de pedestres são acionadas automaticamente com base em quantos veículos estão na via. Esses “botões placebo” são uma parte crítica do design comportamental.

O mundo está cheio de botões inúteis porque os seres humanos têm um desejo inato de influenciar o ambiente. Nossos cérebros são construídos para isso. Quando fazemos escolhas que causam algum impacto à nossa volta, um sinal de recompensa dispara em nosso cérebro, como comer um pedaço de chocolate. Esse surto de felicidade reforça esse comportamento de controle, por isso estamos inclinados a continuar tomando decisões que afetam nosso ambiente. Isso é verdade mesmo que essas escolhas não façam nada.

O estado da IA e Machine Learning em 2019

Um estudo recente produzido pela Dresner Advisory Services, intitulado 2019 Data Science and Machine Learning Market Study mapeia o estado da inteligência artificial e do aprendizado de máquina nas empresas e usuários finais e o crescimento da importância dessas tecnologias para os diferentes departamentos e corporações. Entre outras coisas, o estudo aponta que é o Marketing a área que está se tornando cada vez mais dependente de IA e machine learning para o sucesso de seus projetos. Essa é a sexta edição do estudo da Dresner, e é parte da série de pesquisas Wisdom of Crowds®.
“As iniciativas avançadas relacionadas à ciência de dados e aprendizdo de máquina, tais como mineração de dados, algoritmos avançados e análise preditiva, estão classificadas como a 8ª prioridade entre as 37 tecnologias e iniciativas em estudo. As unidades de negócios e os departamentos de TI são os prováveis ​​centros de supervisão de ciência de dados e aprendizado de máquina, crescendo rapidamente em 2019 na apropriação dos recursos de P&D para esse fim”.

Machine Learning-as-a-Service cresce

Entre 2019 e 2014, o mercado de Machine Learning-as-a-Service (MLaaS) deve ter uma taxa anual de crescimento (CAGR) de mais de 43%.  Espera-se que o modelo domine o mercado, com os usuários tendo uma ampla variedade de soluções focadas em diferentes necessidades de negócios.

Provedores de MLaaS oferecem várias ferramentas – como visualização de dados, APIs, reconhecimento facial, análise preditiva, etc. – que ajudam a acelerar o desenvolvimento de projetos de IA.

A oferta é bastante pulverizada. Ainda não há um fornecedor dominante. Portanto, muita atenção na hora de escolher a ferramenta mais adequada para a sua necessidade. Aqui estão dois comparativos que podem ajuda-lo a conhecer as mais usadas, uma delas de autoria da Altexsoft.

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