Nesta manhã de sexta o IBGE divulgou a última leitura do IPCA do ano de 2018: em dezembro, a inflação ao consumidor avançou apenas 0,15%, após deflação de 0,21% em novembro. Assim, o índice encerra 2018 com alta de 3,57%, segundo ano abaixo da meta de 4,5%, lembrando que em 2017 o IPCA terminou o ano em 2,95%.
Vale lembrar que o mercado iniciou 2018 projetando alta de 3,96% para o IPCA, portanto, pouco acima do que se concretizou. Abaixo temos o desempenho anual das classes de despesas, com destaque para mudança de Alimentos e Bebidas (de 1.87% para 4,04%) e que saíram de uma contribuição anual negativa de 0,48pp para uma positiva de 0,99pp.
Por sua vez, olhando componentes mais rígidos e cíclicos da inflação, como o preço dos serviços ou a média do seu núcleo (que exclui preços mais voláteis), é ainda clara a tendência de descompressão, o que dá boa margem de segurança para uma inflação baixa nos próximos meses. Esses são os preços mais perigoso de se perder o controle, os mais difíceis de combater, e por isso deve ser comemorado seu baixo patamar.
O desempenho recente da inflação tem alimentado a discussão de manutenção da política monetária no nível atual por todo 2019, com alguns economistas defendendo até novos cortes da taxa SELIC. Atualmente a projeção de mercado para o IPCA deste ano é de 4,01%, o que mantem o juro real brasileiro abaixo do estrutural (que tem diversas estimativas, mas considere pouco abaixo de 5,0% como teto) e, portanto, configurando a política monetária expansionista.
Editor do Terraço Econômico