Coronavírus e o aumento da tensão EUA-China

Com o advento do caos social e econômico vindo da pandemia de Covid-19, foi esquecida a aparente trégua e calmaria econômica que estava por vir com um iminente fim da guerra comercial EUA-China.

A questão conflituosa entre as duas potências é algo que impera nas relações econômicas e internacionais, e é geralmente acompanhada com atenção e preocupação pelo mundo. A interação, acordos e acusações dos dois países podem acarretar consequências, como já vimos ocorrer entre potências no decorrer da história.

Trump faz bem a sua parte, em quase toda entrevista e manifestação que dá sobre o coronavírus, o costuma chamar de “vírus chinês”, com toda a ênfase que sua oratória peculiar consegue exprimir. Termo que abre margem para centenas de teorias da conspiração que aparecem na internet a todo momento.

Em um post em redes sociais, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que “Pode ter sido o Exército dos EUA que levou a epidemia à Wuhan”.

Os comentários de Zhao Lijian, levaram ao Departamento de Estado dos EUA a chamar o embaixador chinês em Washington para consultas.

Além das críticas da sua população e da comunidade internacional sobre a forma como lidou com a situação em seu princípio, por ocultar informações, modo de contensão e, particularmente, a morte do médico Li Wenliang, que tentou alertar sobre a existência de um novo vírus, o Partido Comunista Chinês pode sofrer com futuros questionamentos e consequências sobre o seu regime.

Ainda, para deixar as coisas mais “interessantes”, o senador americano do Partido Republicano Tom Cotton, fez diversas declarações para a imprensa americana alertando sobre a possibilidade do vírus ter sido criado em laboratórios biológicos em Wuhan.

Ambas as potências estão mantendo o jogo político e o conflito de interesses impera em suas acusações e discursos. O mundo pode estar parado devido ao caos criado pelo coronavírus, mas os interesses, estratégias e geopolítica se mantém ativas e pulsantes com os dois países jogando, apenas pensando em como usar a situação atual do mundo a seu favor. As consequências da paralização econômica e até mesmo da doença no mundo serão incomparáveis, mas ainda mais serão as reações e postura dos líderes frente a como essas questões serão usadas em prol de seus interesses e de suas nações.

 

Michael Sousa

Mestre em Comércio Internacional pela European Business School de Barcelona, MBA em Gestão Estratégica pela FEA-RP USP, é graduado em Ciência da Computação e especialista em Strategic Foresight. Possui extensão em Estatística Aplicada pelo Ibmec e em Gestão de Custos pela PUC-RS. Trabalha com Gestão de Projetos, Análise de Dados e Inteligência de Mercado. Entretanto, rendendo-se aos interesses pelas teorias freudianas, foi também estudar Psicanálise no Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, e especializar-se no assunto e na clínica. Quando não passa seu tempo livre tentando desenvolver seu péssimo lado artístico, encontra-se estudando o colapso político-econômico das nações ou lendo vagos e curiosos tomos de ciências ancestrais.
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