A evolução da dívida pública brasileira

Muita gente fala que a dívida pública brasileira está num patamar bem menor quando comparada a outros países, EUA e Japão são exemplos. Isso é verdade, basta mencionar que muitos países europeus, EUA e o Japão tem uma dívida superior que o próprio PIB (ou seja, uma relação superior a 100%.). A nossa, segundo o Banco Central Brasileiro, era de 73% em maio de 2016. Ainda assim, qual o panorama da evolução da dívida pública nacional ao longo das décadas?

Como já falamos várias vezes neste mesmo Terraço [1], a trajetória ou evolução da dívida é muito mais importante que o estoque ou o número absoluto. Para avaliar esse indicador, vamos analisar a evolução da dívida pública brasileira desde 1978, com os respectivos presidentes do período.

Evolução da Dívida Pública (% PIB) - Brasil
Fonte dos Dados: FMI ajust./BCB/FMI. Link para os dados: https://goo.gl/oLtsL6, http://goo.gl/J9LpNR, http://goo.gl/kcrtWR.

O FMI projetou [2] que, em 2021, a dívida pública em percentual do PIB pode chegar a 92%. Notem, portanto, que seria o segundo valor mais alto da série, só ‘perdendo’ para 1989, quando houve uma maxidesvalorização da moeda nacional. Mesmo assim, o ajuste fiscal vai sendo adiado, adiado e adiado. Não se preocupe: a conta irá chegar, com juros!

Notas

[1] Ver este, por exemplo: http://goo.gl/CuyJzO
[2] http://goo.gl/NIa7nJ

Arthur Solow

Economista nato da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Parente distante - diz ele - do prêmio Nobel de Economia Robert Solow, que, segundo rumores, utilizava um nome artístico haja vista a complexidade do sobrenome. Pós graduado na FGV em Business Analytics e Big Data, pois, afinal, a verdade encontra-se nos dados. Fez de tudo um pouco: foi analista de crédito e carteiras para FIDCs; depois trabalhou com planejamento estratégico e análise de dados; em seguida uma experiência em assessoria política na ALESP e atualmente é especialista em Educação Financeira em uma fintech. E no meio do caminho ainda arrumou tempo para fundar o Terraço Econômico em 2014 =)

18 Comentários

  1. Artur: não estou muito convencido com esta série de dívida. Há uma queda abrupta em 1994 e a dívida do período Geisel me parece baixa demais.
    Como você construiu a série? Seria interessante que você explicitasse a metodologia que usou, assim como a definição dos dados (o período mais recente parece se referir à dívida bruta; o mesmo vale par ao período pré-2007?)
    Abs
    Alex

    1. Oi Alexandre, Arthur te respondendo aqui.
      Foram mescladas duas séries de dados: a do FMI ( o link está abaixo do gráfico) e a do Banco Central. Observou-se que a série do BCB era 3 p.p. menor que a do FMI, e foi feito esse ajuste para a série do FMI. Para 2016 e 2017, peguei o número direto do Relatório do FMI.
      Mas concordo contigo. Talvez fosse necessário um rigor maior ao mesclar as duas séries de dados. Contudo, foi a maneira que achei para apresentar a série longa.
      Se quiser (e ficaríamos muito honrados com isso), abrimos um espaço aqui no Terraço para você escrever sobre o tema. O que acha?
      Obrigado pelo comentário!
      Um abraço,
      Arthur

  2. Putz,parece que a divida publica eh um carma. E bem diferente ler o comentario de F. Galiane em Da Moeda l

  3. A dívida pública do brasil hoje em termos de % do PIB, é equivalente ao período em que Color confiscou todo o dinheiro de quem tinha investimentos em bancos. Você acha que com o Temer, corre-se esse risco, novamente? Ultimamente o governo tem feito de tudo pra conter a inflação prejudicando os investidores e comprometendo o rendimento das aplicações, inclusive as que dependem diretamente da SELIC. A situação é a mesma? Existiria alguma alternativa que não fosse investir em bens imóveis? Dê-em a opinião de vocês.

    1. Joanildo
      Eu tenho uma boa proposta. VÁ TRABALHAR E PRODUZIR ALGO DE ÚTIL PARA A SOCIEDADE AO INVÉS DE FICAR ESPECULANDO COM O DINHEIRO. PARAFRASEANDO LOBATO: “OU O PAÍS ACABA COM OS RENTISTAS OU OS RENTISTAS ACABAM COM O BRASIL”.

  4. Gostaria de saber sua opinião se foi um bom negócio para o Brasil pagar a dívida externa visto que o juros que pagava era menor que aquele pago pela dívida interna.

    1. A questão de política de prevalência da dívida externa sobre dívida interna, ou vice-versa, não compete à decisão financeira; compete à decisão geopolítica econômica, por implicar interesses de soberania nacional. Se, hoje, o País fosse devedor externamente como no período 1994/2002, estaria ele submetido aos humores, caprichos e interesses do FMI e seus patrões efeetivos.

  5. Muita gente critica eegativamente o Bolsa-Familia, como se esse programa fosse o vbode espiatorio da deterioracao das contas publicas,esquecem do Bolsa-Banco, que por meio do Sistema Financeiro da Habitacao, sobrou um divida de quinhentos bilhoes de reais, provenientes da “FABRICACAO”de saldos devedores por meio dos seguintes estratagemas:
    1-Sistema de Desamortizacao de Capital, ao inves de amortizacao, utilizaados nos cento e noventa e dois outros paises e tudo comm a complacencia dos tres poderes de nnossa Republica;
    2-Correcaoo Monetaria com indices diferentes para o saldo devedor e prestacoes
    3-Revogacao das Leis Naturais da Aritmetica Base onde o inverso de divisao eh a multiplicacao e os bancos dividem uma taxa de juros anual e exponenciam, nao ocorrendo a equivalencia da taxa de juros mensal com a anual.
    4-Aplicacao do C.E.S., Coeficiente de Equipqracao Salarial ,que denomiknei “Coeficiente de Extelionato Simplificado”. Com todos esses embustes, jah a partir da primeira prestacao, ocorre a amortizacao negativ e com isso sobrou para o F.C.V.S, “fUNDO DE COMPENSACAO DAS VARIACOES SALARIAIS leia-se Tesouro Nacional pagar quinhentos Bilhoes de Reais ou seja: oito milhoes quatrocentos e quarenta mil carros ka + DA fORD Modelo 2017.

  6. O que muita gente não sabe e não entende é que se tivessem levado mais a sério a política fiscal que envolve o compromisso com o superavit e a responsabilidade fiscal, isso, sem maquiagem, conseguiríamos sim, passar bem melhor por essa crise que se iniciou em 2008 mas que o governo por meio de seu circo, insistiu em maquiar. Mas não, foi melhor usar as reservar cambiais para sustentar um modelo econômico popular. Bom, a conta chegou e muitos setores terão que pagar essa conta.

  7. Dívida é sempre dívida.Tudo depende do lado robusto da economia.A divida do Geisel erá pequena mas o agronegócio era incipiente.O Brasil é hoje,aquilo que o Egito antigo foi um dia,um fornecedor de alimentos para o mundo.Soma se a isso,a Vale ter se tornado a maior mineradora do mundo.É muito dinheiro entrando no país.A dívida hoje é grande mas o volume de recursos que entra é tambem é e por isso não causa o panico de 1989,a desvalorização da moeda.

  8. gostaria de ver um gráfico da divida externa em relação a divida publica, seria mais convincente.

  9. De qual ajuste fiscal o país precisa agora? Já estão vendendo tudo, já tiraram direitos do trabalhador, já estão com juros baixos, já estão abrindo as pernas para o capital internacional… O que mais está faltando a essa altura do campeonato? Economistas da laia de Chicago boys não sabem porra nenhuma além de entregar o patrimônio público e favorecer a especulação. 2021 será o ano de mais um recorde 4,75tri. Parabéns a todos envolvidos com essa farsa de anti-comunismo que ainda assombra o tal “cidadão de bem”!!!

  10. PEÇO QUE ATUALIZEM OS DADOS PARA 2020 E, SENDO POSSÍVEL, POSSAM EVOLUIR COM AS PERSPECTIVAS PASSADAS PARA 2021 E AS PERSPECTIVAS ATUAIS PARA 2021.

    OBRIGADO!

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